Chacina como algo normal do dia a dia

Recentemente tivemos a lamentável notícia da morte do soldado da Rota, que não irei inserir o nome ou sua imagem em minha matéria por respeita à família, por mais que ele seja um agente publico do estado de São Paulo acredito que a sua família merece respeito neste momento tão difícil por ter perdido um ente querido. Mas também, acredito ser importante de que o estado está se aproveitando, irresponsavelmente, desta morte para justificar uma chacina dentro da comunidade onde o soldado foi morto.

Há que dar os parabéns por terem encontrado os responsáveis pela morte deste soldado, mas o que não podemos fazer é acreditar que é normal este sentimento e atitude de vingança que a polícia realizou que foi aplaudida pelo governador do estado.

Este estilo de vingança que é realizada pelo estado brasileiro, sendo exportada do Rio de Janeiro pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é uma política e atitude que esta sendo exportada de lá, pois aqui, por mais que houvesse mortes nas comunidades de forma exacerbada como podemos ver em todas as favelas do país, a atitude era diferente, pois nunca vimos um governador sair de um helicóptero e comemorar abertamente a morte de um individuo como foi com o ex-governador do Rio de Janeiro, governadores como Geraldo Alkimin, José Serra e João Dória, nunca vimos ter esta atitude explicita, mas sem deixar de realiza-la, mas vale, mesmo assim, acharmos que ela é normal?

Não acho que sendo explicito ou não, ao comemorar a morte de pessoas, deva ser algo normal, devemos é sempre repudiar qualquer tipo de violência seja contra quem seja. Pois imagine, se eu nesta coluna, início lamentando a morte do policial e ao final comemorando a das 16 pessoas na comunidade do Guarujá – SP, além de ser uma pessoa irresponsável, seria incoerente, pois não é porque alguém mora na favela que é do tráfico e se estou dizendo isso, não é porque seja do tráfico que a vida vale menos, não é possível existir qualquer desculpa que desvalorize a existência e a vida de qualquer pessoa, todos os seres vivos devem ser valorizados da mesma forma.

Vamos desmoralizar as chacinas dentro das favelas, é uma atitude que vale a pena, pois não é só o que conhecemos pela mídia que ocorre lá dentro, como a que ocorreu no Paraisópolis e entre outras, que vieram a ser conhecidas porque viraram notícia, mas com certeza existem muitas outras e não sabemos por não serem noticiadas, mas quando são noticiadas devemos nos revoltar, não caracterizar como algo normal, para que, com o descontento social, os políticos e os policiais comecem a perceber o que ocorre e mudarem suas atitudes, pois a opinião pública lhes pressionará.