Engenheira é encontrada morta horas após sepultar marido e enteado vítimas de queda de avião. Garon Maia, que faleceu com o filho no acidente aéreo, era herdeiro de uma das maiores fortunas do Brasil
A engenheira civil Ana Paula Pridonik, de 27 anos, morreu na tarde desta terça-feira (01/08) em Campo Grande, na capital sul-mato-grossense. A jovem era a atual mulher do pecuarista Garon Maia e madrasta de Francisco ‘Kiko’ Veronezi Maia, os dois mortos em uma queda de avião neste sábado nas proximidades da cidade de Vilhena, em Rondônia.
Ana Paula foi encontrada em sua casa com um ferimento na cabeça causado por arma de fogo. A engenheira morreu pouco depois do sepultamento do companheiro e do enteado. De acordo com a Polícia, uma pistola registrada em nome de Garon foi apreendida na residência.
Garon Maia Filho era um famoso pecuarista da região Norte. Ele era neto de Braulino Maia, um dos maiores pecuaristas do Brasil e do mundo que fundou cerca de 50 fazendas com mais de 40 mil cabeças de gado. O “Rei do Gado”, como se notabilizou, morreu em 2019 aos 93 anos.
A Polícia diz que a suspeita é que Ana Paula Pridonik tenha cometido suicídio, mas outras hipóteses não podem ser descartadas, uma vez que ela herdaria a fortuna do marido.
A morte de Ana Paula repercutiu rapidamente na mídia local. “Muito esquisita a tese do ‘suicídio’. Essa família é muito poderosa, a mulher teria direito à fortuna então é preciso investigar. Quem ganharia com a morte dela?”, questionou um internauta. “Que tragédia. Isso tá pior do que roteiro de filme de máfia”, observou outro.
ENTENDA O CASO
O fazendeiro Garon Maia Filho, de 42 anos, e seu filho Francisco Veronezi Maia, de 11 anos, não resistiram aos ferimentos de um acidente aéreo acontecido sábado. Pai e filho morreram na tragédia.
O menino estava de férias escolares com o pai e retornaria para Campo Grande, onde residia com a mãe, quando a tragédia aconteceu. A investigação sobre as circunstâncias do acidente continua em andamento.
Relatos de quem compareceu velório indicam que foram inúmeras as homenagens feitas por familiares, amigos e empresas às vítimas do acidente. Colegas de escola do menino compareceram ao velório para dar adeus e prestaram homenagem ao amigo.
Em texto que circula nas redes sociais, supostamente escrito pelo irmão de Garon Maia, é dito que o piloto saiu com a aeronave para abastecê-la e buscar pizzas. O avião caiu nas proximidades de Vilhena, em Rondônia, a poucos quilômetros do Mato Grosso, destino final do voo.
Irresponsabilidade
Em vídeo publicado ontem pelo Pragmatismo, o menino Francisco ‘Kiko’ Veronezi aparece pilotando a aeronave enquanto Garon bebe cervejas do lado. “Meu piloto, boa”, comenta o pai no registro compartilhado nas redes sociais dias antes do acidente.
A irresponsabilidade foi comentada pelo experiente piloto Fernando Pamplona, especialista em Treinamento em Simulador SFI na Azul Linhas Aéreas Brasileiras. “Alguns dizem que há muitas regras na aviação, que seria engessada. Pois bem, se mesmo assim há episódios como este, onde o cara coloca um garoto de 12 anos para voar sem autorização, de chinelo e bebendo cerveja. Imagina se não tivesse regras rígidas”, afirmou.
“A perda de vidas é sempre muito triste, mas a perda de vidas por irresponsabilidade é muito pior. Força à família para superar a dor e se conformar com o absurdo”, acrescentou.