Saúde

Faustão na fila do SUS? Médicos explicam caminhos do apresentador por transplante de coração

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Faustão pode ter prioridade na fila de transplante de coração? A fila é cronológica e não inclui renda, mas outros fatores são levados em conta. A entrada de um paciente na fila de transplante de coração significa que não há mais outra forma de tratamento possível

via Viva Bem

Fausto Silva foi incluído na lista de um transplante de coração após anos enfrentando uma insuficiência cardíaca. Mas a cirurgia do apresentador depende de uma série de critérios, como a compatibilidade de tipo sanguíneo, a gravidade do seu caso e a situação de outros pacientes que também estão na fila, que não prioriza nenhum estado brasileiro ou classe social.

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Para o transplante ocorrer, o médico precisa cadastrar o paciente na lista única, que é totalmente controlada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Além disso, os dados inseridos na fila não identificam quem são os pacientes de meio particular ou da rede pública.

Mais de 90% das cirurgias são feitas pelo SUS, mas pacientes que quiserem podem realizar o procedimento na rede particular, com seu médico de preferência. Independentemente da escolha, a captação do órgão continua sendo feita pela rede pública.

O médico cardiologista Guilherme Viganó explicou quais são os critérios que podem influenciar o lugar de Faustão na fila de espera por um transplante de coração. “A fila de transplante é uma fila comum, independentemente se o paciente entrou nela pelo SUS ou pelo convênio. Há critérios bem definidos para determinar quando chegará a vez do paciente. O critério-base é o tempo de fila. Porém, há algumas situações nas quais o paciente não consegue esperar e precisa passar na frente, sempre por gravidade”, disse.

Viganó destacou que a entrada de um paciente na fila de transplante de coração significa que não há mais outra forma de tratamento possível.

PASSO A PASSO

A doação de alguns órgãos pode ser feita por um doador vivo, mas a maioria vem apenas de uma pessoa já morta. Neste caso, a família do possível doador deve autorizar o procedimento.

Após a autorização, é realizado exame de sangue para detectar presença de anticorpos do HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis, doença de Chagas, citomegalovírus e toxoplasmose, além dos exames gerais de avaliação do fígado e rins principalmente.

A doação também é descartada com a presença de alguns tipos de tumores malignos, doenças infecciosas graves e doenças infectocontagiosas.

Apenas depois da confirmação de que os órgãos estão saudáveis, o doador é encaminhado para cirurgia de captação. Em vida, uma pessoa pode doar um rim, medula óssea, parte do fígado e parte do pulmão (em situações excepcionais).

Já um doador falecido pode ajudar mais de oito pessoas, doando coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.

A lista registrada pelo SUS segue ordem cronológica de inscrição, mas existem outros critérios além do tempo de fila, como a gravidade do caso e compatibilidade sanguínea e genética com o doador.

Quando um órgão é doado, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e vai à lista de espera para selecionar os pacientes mais compatíveis.

Os critérios de desempate são diferentes de acordo com o tipo de órgão ou tecido. Crianças têm prioridades.

FILA DO TRANSPLANTE

O último Registro Brasileiro de Transplantes, publicado em março, divulgou que 310 pessoas aguardam na fila por um transplante de coração. Delas, 184 foram registradas em São Paulo.

Entre janeiro e março deste ano, o Brasil realizou 97 transplantes de coração, 25 deles em território paulista. No mesmo período, em 2022, o país tinha feito 74 cirurgias.

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