Com o assassinato do presidenciável, apoiadores de Lula e de Bolsonaro passaram a trocar acusações nas redes e até no parlamento brasileiro. Os principais jornais e agências do mundo, como El País e EFE, classificaram Villavicencio como sendo de "esquerda" ou "esquerda moderada". Postagens mostram que Villavicencio costumava criticar tanto Bolsonaro como Lula nas redes e era uma espécie de entusiasta do 'lavajatismo'
Após o assassinato do candidato à presidente do Equador Fernando Villavicencio, 59, que foi morto ontem com três tiros na cabeça, apoiadores do presidente Lula (PT) e de Bolsonaro (PL) trocaram acusações nas redes e até no parlamento brasileiro.
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Segundo o jornal espanhol El País, o político assassinado se considerava de “esquerda”. Já a agência internacional de notícias EFE adjetiva o candidato como da “esquerda moderada”.
Mesmo sendo de considerado de esquerda, Fernando Villavicencio era crítico do ex-presidente Rafael Corrêa, que também se declara de esquerda — o que demonstra uma fragmentação natural do campo progressista no Equador.
Atualmente, a esquerda concorre à Presidência do Equador com pelo menos três candidaturas distintas com chances de chegar ao segundo turno.
Villavicencio era filiado ao “Movimiento Construye”, um partido pluralista, considerado “pega-tudo” e, dessa forma, alinhado ao centro do espectro político.
Apesar de ser um ex-líder sindical e visto como expoente da “esquerda moderada” no Equador, o político se mostrava crítico tanto de Jair Bolsonaro como de Lula.
De acordo com a BBC, ele citou Bolsonaro em 11 tuítes desde 2018, enquanto Lula apareceu nove vezes em seu perfil na rede socia desde 2019 — todas as menções foram em tom crítico.
Antes das eleições de 2018, que resultaram na eleição de Bolsonaro, Villavicencio respondeu a um tweet de um professor equatoriano que expressou seu apoio a Fernando Haddad (PT). Naquela ocasião, ainda de acordo com a BBC, ele afirmou que não compartilhava das visões de Haddad. “Bolsonaro é um produto da traição do PT”, disse.
Meses mais tarde, o candidato compartilhou um artigo que abordava as investigações envolvendo Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, e Fabrício Queiroz, seu assessor e ex-motorista.
Logo após a confirmação da vitória de Lula nas eleições de 2022, Villavicencio escreveu: “O retorno dos ladrões da Lava Jato”. Nos últimos anos, ele postou vários tweets elogiosos em relação à operação.
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