Transplante de coração de Faustão foi realizado com sucesso, informou o hospital Albert Einstein. Nas redes, internautas sugeriram que apresentador teria 'furado a fila' por ser rico e poderoso. No entanto, segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, Faustão ocupava o 2º lugar na lista de prioridades
Fausto Silva, de 73 anos, ocupava o segundo lugar na fila de prioridade para transplante de coração, mas o apresentador conseguiu ser transplantado neste domingo (27) após a equipe transplantadora do paciente que ocupava o topo da lista recusar o órgão. As informações são da Central de Transplantes do Estado de São Paulo.
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Segundo a Central, o coração foi doado durante a madrugada deste domingo. O sistema informatizado da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo localizou 12 pacientes que atendiam aos requisitos para o transplante, dos quais quatro apareciam como prioritários —Fausto em segundo.
O órgão foi ofertado ao paciente que ocupava o topo, mas a equipe transplantadora do paciente recusou o coração — a secretaria não informou o porquê da recusa. Vale destacar que recusas podem acontecer por potenciais incompatibilidade entre receptor e doador.
“A seleção gerada para a oferta do coração deste receptor, através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos. Destes, quatro estavam priorizados, sendo que o paciente ocupava a segunda posição nesta seleção”, diz a Central.
A central também informou que o tempo de espera para transplante cardíaco para receptores do grupo sanguíneo B, que é o caso de Faustão, é de um a três meses. Entretanto, pacientes com quadro grave de saúde, a exemplo do apresentador, têm reduzido significativamente o tempo de espera devido ao risco de morte.
A explicação do transplante de Faustão acontece concomitantemente com comentários em redes sociais questionando a rapidez com que o apresentador havia conseguido o coração. “Ser rico deve ser muito bom”, escreveu um usuário, enquanto outro postou: “Nunca duvide do poder de compra de um bilionário”.
Em resposta a essas mensagens, João Guilherme, filho do apresentador, republicou postagem do amigo, Enzo Celulari: “1 – Seguimos em oração pela rápida recuperação do nosso querido Fausto após a realização do transplante bem-sucedido. 2 – Informem-se antes de julgar”.
Luciana Carodos, esposa de Faustão, divulgou uma “carta aberta de agradecimento” na qual afirma que o apresentador foi incluído na lista de prioridade do transplante de coração no dia 8 de agosto.
“Desde o primeiro dia de internação de emergência já sabíamos da necessidade do transplante. Depois dos exames do painel de anticorpos e outros detalhes médicos, Fausto foi incluído na lista no dia 08/08/2023. Nos mantivemos em silêncio como é característica da família até que a internação se tornou pública.”
O anúncio da inclusão de Faustão na fila do SUS por transplante de coração foi feito há sete dias, em 20 de agosto. O apresentador estava em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração, o que lhe colocou na lista de prioridades.
“O procedimento foi realizado com sucesso e Fausto Silva permanece na UTI, pois as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição”, disse o Hospital Albert Einstein.
Após a cirurgia, o Ministério da Saúde explicou que Faustão era um paciente prioritário para transplante devido à gravidade do caso. Segundo a pasta, entre os dias 19 e 26 de agosto 11 pessoas passaram por transplantes de coração no país, sendo que sete foram em São Paulo, estado que concentra o maior número de transplantes no Brasil.
O Ministério da Saúde também afirmou que a lista de espera para transplantes é a mesma tanto na rede pública quanto na privada. A ordem de preferência obedece a critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.
Doação de órgãos
No Brasil, a doação de coração depende exclusivamente da autorização dos familiares de uma pessoa com morte encefálica. A morte encefálica é definida como “morte baseada na ausência de todas as funções neurológicas”, ou seja, é permanente é irreversível, segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).
Um único doador morto pode salvar mais de oito vidas. É possível doar coração, pulmão, fígado, os rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.
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