Marcelo Tas disse não ter se sentido incomodado com quebra de sigilo proposta por deputados bolsonaristas e afirmou que se tornou alvo, junto com outros artistas, porque há interesse em desviar o foco dos escândalos envolvendo o ex-presidente. "Eu não tenho nada a esconder, acho até legal olhar o que eu ganhei depois de 40 anos de carreira. Imagina se quem fez propaganda das Americanas fosse intimidado para ir na CPI?"
Marcelo Tas se pronunciou sobre sua intimação e subsequente quebra de sigilo bancário pela CPI das Pirâmides Financeiras. O apresentador disse que não tem nada a esconder da Comissão Parlamentar de Inquérito e apontou que está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos, mas ponderou sobre as decisões.
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“O que está acontecendo agora é o seguinte, chama-se a atenção de atores e de comunicadores que têm contratos feitos com essas empresas […] Imagina se quem fez propagandas das Americanas, por exemplo, fosse intimado para ir na CPI”, questionou.
“Eu não tenho nada a esconder. Já disse inclusive ao nobre relator que eu estou à disposição da CPI. Hoje um senhor deputado que eu não vou dar o nome pediu a quebra do sigilo bancário meu, da Tatá [Werneck] e do Cauã [Reymond]”.
O apresentador se referia ao deputado Paulo Bilynskyi (PL-SP), responsável por pedir a convocação nos três na condição de investigados e a quebra de sigilo.
Sobre a quebra de sigilo, Tas demonstra a mesma disposição. “Eu, depois de 40 anos de trabalho, até acho legal olhar o que eu ganhei depois disso tudo. Eu não tenho nada a esconder, quero dizer isso para a CPI.”
Ainda assim, Marcelo sugeriu que os atos podem ter como objetivo, em sua opinião, esconder outros acontecimentos recentes. “O partido desse deputado, tanto que me intimou quanto que pediu a quebra do sigilo, adivinha de qual partido que ele é, Vera [Magalhães]? Duas letrinhas”, sugeriu. “Do PL”, prosseguiu. “Não estou acusando o deputado de querer esconder coisas do Bolsonaro, mas é do partido do ex-presidente”.
ENTENDA O CASO
Tatá Werneck, Cauã Reymond e Marcelo Tas fizeram propaganda para a empresa Atlas Quantum, acusada de aplicar golpes de mais de R$ 7 bilhões, lesando cerca de 200 mil investidores — e o próprio Marcelo Tas foi um deles.
SAIBA MAIS: CPI das Pirâmides aprova a quebra dos sigilos de Tata Werneck, Cauã Reymond e Marcelo Tas
Enquanto a empresa ainda operava, Tatá, Cauã e Tas participaram de campanhas publicitárias. Já Marcelo Tas fez uma entrevista patrocinada com os donos da empresa em questão.
Diversos vídeos com Cauã e Tatá ainda estão disponíveis na página da Atlas Quantum no Facebook. Nas peças, os dois dão depoimentos falando por que acreditavam na empresa e no investimento em criptomoedas.
“Eu acho que as pessoas vão perceber que é um percurso natural, que elas precisam começar a ter maior controle sobre os seus gastos”, diz Tatá. “Eu fiquei interessada por ter o domínio sobre algo que eu luto tanto e sempre lutei tanto para conseguir.”
Tatá e Cauã ainda se uniram a um time de influenciadores para o chamado “Desafio Investidores”, um evento transmitido ao vivo nas plataformas digitais para divulgar a empresa e os seus serviços.
“Eu acho que as criptomoedas estão aí e a gente precisa olhar para elas”, diz Cauã. “Tenho alguns amigos que estão investindo e eles estão muito felizes”
Os advogados de Tatá Werneck e Cauã Reymond divulgaram uma nota sobre o caso. “Causou grande perplexidade essa convocação, porque Tatá atuou somente como garota propaganda da Atlas, há longínquos cinco anos, ocasião em que não havia nada que desabonasse aquela empresa. Ora, se o Banco Central, a CVM, o Ministério Público, a Receita Federal e os demais Órgãos Reguladores permitiam a atividade da Atlas junto ao grande público, como poderia a Tatá, que é somente uma atriz, adivinhar que essa empresa teria alguma atividade ilegal? É óbvio que se Tatá soubesse que a Atlas viria a se envolver em algum escândalo, lesando seus consumidores, ela jamais aceitaria vincular sua imagem àquela empresa”.
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