Câmeras flagraram Bruno D'Ângelo Cozzolino espancando o zelador após o funcionário pedir para que ele ajustasse o seu carro na vaga do estacionamento. Versão contada por Cozzolino na delegacia foi completamente diferente do que as imagens revelaram. O médico também tem um longo histórico de agressões contra mulheres e de racismo: "Lugar de macaco é no zoológico"
O médico Bruno D’Ângelo Cozzolino aparece em imagens exibidas pelo Fantástico, neste domingo (27), agredindo funcionários do prédio onde mora, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. O profissional também é acusado de agredir ex-namoradas.
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Câmeras de segurança flagraram o médico batendo no zelador do prédio, após o funcionário pedir para que ele ajustasse o seu carro na vaga do estacionamento. “Eu pedi para o porteiro comunicar a ele. Mas ele não desceu para arrumar o carro dele, desceu para me agredir”, contou o homem ao Fantástico.
Apesar das imagens, Bruno registrou um boletim de ocorrência no dia seguinte, alegando que havia sido agredido pelo zelador. “Ele disse que o zelador tentou matá-lo com um facão. Quem vê esse relato e vê as imagens… É uma coisa completamente absurda”, diz o síndico do prédio, Flávio Oliva.
Bruno D’Ângelo tentou explicar ao síndico a versão apresentada à polícia, mas, após ser confrontado, também o agrediu. “Ele começou a pegar o boné dele e me chicoteava com ele”, relatou Flávio, que reagiu com um tapa no rosto do médico. Depois o síndico foi agredido pelas costas e também na boca, mostrou a reportagem. “Arrebentou o meu lábio.”
O condomínio contratou seguranças para o prédio e registrou queixa na delegacia. “Ninguém mais queria trabalhar aqui, estavam com medo”, relatou o síndico.
Agressões contra mulheres e racismo
O médico também bateu em uma ex-namorada, no mesmo dia em que agrediu o síndico. Ela contou que D’Ângelo a perseguia desde abril.
As câmeras da empresa da vítima mostram o médico chegando com a mesma camiseta que vestia no condomínio. “Ele falou: ‘Você não quer namorar comigo, está com outro. Desbloqueia o celular’. Eu falei que não daria meu celular. Aí ele me jogou no chão, começou a me chutar, bateu na minha cara”, descreveu a mulher.
Após bater na jovem, o médico mandou mensagens de áudio e de texto. Primeiro, ele disse que estava arrependido e que o estopim teria sido a “droga”. Mas, pouco depois, fez ameaças. “Até os homens bonitos podem matar mulheres”, escreveu para a vítima.
O Fantástico revelou que D’Ângelo já foi preso duas vezes por ameaçar e agredir mulheres. Em 2012, ele ameaçou uma namorada e ficou um dia preso. No segundo caso, foram dez dias de detenção por descumprir uma medida protetiva.
Em 2021, outra mulher com quem ele manteve relacionamento por dois anos prestou queixa à polícia e revelou que já teria sido enforcada e levado socos, chutes, empurrões e puxões de cabelo. Na época, a defesa do médico apresentou um relatório psiquiátrico que diz que ele sofre de transtorno de humor bipolar, de ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo grave. Ele não foi preso.
Em 2019, D’Ângelo ofendeu um funcionário do prédio em que os pais dele vivem: “Lugar de macaco é no zoológico”, teria dito. Ainda segundo o Fantástico, o médico fez um acordo com o funcionário e pagou uma indenização de R$ 5 mil.
No Rio de Janeiro, Bruno também agrediu um funcionário de um flat. “Vocês são uns recepcionistas de m****. Eu sou médico, e vocês suburbanos.” Ele teria se irritado após pedir uma toalha na recepção e ter sido orientado a se dirigir a outro local, já que ali não teria.
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