Michelle Bolsonaro acertou a contratação de um dos criminalistas mais famosos do Brasil para defendê-la no esquema das joias. Advogado é o mesmo que defende o treinador Cuca, a deputada Carla Zambelli e que já defendeu e foi responsável pela anulação das condenações do ex-governador Sergio Cabral
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro deve ser indiciada no esquema do contrabando internacional de joias. De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, a Polícia Federal (PF) afirmou já ter elementos suficientes para dar andamento ao processo.
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“Com toda certeza vai ser indiciada. Sem dúvida alguma,” afirmou um policial federal à jornalista. Investigadores revelaram que Michelle será ouvida, mas a corporação não tem pressa para colher o depoimento formal da ex-primeira-dama, justamente por ser possível realizar o indiciamento com as evidências já coletadas.
Em razão da complicação do caso, Michelle decidiu contratar um dos criminalistas mais famosos do Brasil. Trata-se de Daniel Bialski — advogado do ex-governador Sérgio Cabral até a soltura dele no começo de 2023.
Responsável pelas ações que anularam as condenações do ex-governador pela Operação Lava-Jato, Bialski confirmou a contratação e disse, em nota, que pediu acesso aos autos “que eventualmente mencionem” o nome de Michelle.
O advogado informa ainda que “a senhora Michelle Bolsonaro está absolutamente tranquila porque desconhece e não participou ou praticou irregularidade ou ilicitude”.
Daniel Bialski também assumiu recentemente a defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Ele ainda defende o treinador Cuca na acusação de estupro de vulnerável e o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro no caso envolvendo suspeitas de desvios de dinheiro público por meio da atuação de pastores-lobistas no Ministério da Educação.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira dama já vinham sendo aconselhados por interlocutores a separar o trabalho de defesa nos inquéritos envolvendo o casal e contratar um advogado exclusivo para Michelle, diante do avanço das investigações sobre ela.
Após a deflagração da operação da Polícia Federal na última sexta-feira, e diante do pedido de quebra do sigilo bancário dela, Bolsonaro e Michelle resolveram avançar nessa estratégia jurídica.
ENTENDA O CASO
Na última sexta-feira (11/8), a PF pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Michelle, sob suspeita de que ela tenha se beneficiado do esquema de venda ilegal das joias. Os policiais aguardam esses dados para corroborar o envolvimento da presidente do PL Mulher.
A PF também aguarda o resultado de uma investigação que está sendo conduzida pelo FBI, departamento federal de investigações nos Estados Unidos, acerca da venda das joias. Além de Michelle, estão sendo investigados nesse esquema o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid; o pai dele, general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid; o tenente Osmar Crivelatti e o advogado da família Frederick Wassef.
A investigação da Polícia Federal apura possível peculato, que é o desvio de recursos públicos. Isso porque as joias que teriam sido recebidas por Bolsonaro e Michelle deveriam ser incorporadas ao acervo da União, já que o Tribunal de Contas da União (TCU) determina que presentes entregues em agenda internacional oficial são de propriedade da República, e não de uso pessoal.
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