Redação Pragmatismo
Esporte 21/Ago/2023 às 07:50 COMENTÁRIOS
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Neymar é mais um nome que comprova o poderio do dinheiro saudita

Publicado em 21 Ago, 2023 às 07h50

A quantidade de dinheiro mudou o mercado de futebol, sem dúvidas, mas alterou uma unidade do golfe e o esporte em si, algo que tem poucos precedentes

Neymar mais nome comprova poderio dinheiro saudita
Imagem: Wesley Tingey, Unsplash

Os valores que cercam Neymar e sua ida ao Al-Hilal são até difíceis de conceber e ter alguma referência. Sua transferência de 90 milhões de euros, 490 milhões de reais, já é suficiente para chocar. Mas para convencer o jogador brasileiro de 31 anos que seria interessante passar dois anos na Arábia Saudita, serão investidos 320 milhões de euros (1,7 bilhão de reais) em salários, acordos comerciais e bônus.

Os números poderiam ser ainda mais impressionantes com Kylian Mbappé. O astro francês exigiria um investimento de 300 milhões de euros só para pagar o PSG. Com salários, luvas e outros pagamentos, é até difícil especificar as cifras.

Essa é mais uma mostra de como dinheiro não é um problema para os sauditas. O jornal The Guardian calculou em 6,3 bilhões de dólares, mais de 30 bilhões de reais na cotação atual, o gasto do fundo soberano da Arábia Saudita em esportes como futebol e golfe, só desde 2021.

O termo usado regularmente para essa estratégia é sportswashing, visando dar legitimidade e credibilidade a um estado e líderes que têm uma má imagem em questões de direitos humanos especialmente.

Como esporte mais popular do mundo, o futebol foi alvo dos principais investimentos. A chegada de grandes atletas à liga saudita, como Cristiano Ronaldo, Karim Benzema, Sadio Mané, N’Golo Kanté, Roberto Firmino é prova disso.

A liga saudita há pouco tempo tinha péssima fama, inclusive entre brasileiros, pelos constantes calotes que jogadores e treinadores sofriam. Recentemente, o governo assumiu os clubes e a liga e começou a trazer atletas para gerar visibilidade. O cenário mudou da água pro vinho, inclusive na atenção gerada.

Se pouco tempo atrás o interesse de um jogo seria completamente restrito ao país e região, hoje um jogo que tenha Cristiano Ronaldo pode ter transmissão em dezenas de países e mercados de apostas rolando. Caso você tenha interesse em saber quais site de apostas 1 real estão disponíveis, acesse o Apostando 24 para mais informações.

Expandindo os tentáculos

Mas eles também expandiram sua atuação. A compra do Newcastle United foi muito discutida na época pelos valores absurdos envolvidos e a origem do dinheiro. A virada do Newcastle foi rápida: depois da compra, o time que ficava no meio da tabela ou brigava contra o rebaixamento garantiu presença na Champions League de 2023/24. E para os próximos anos, jogadores mais caros e famosos vão começar a desembarcar no norte da Inglaterra em transferências multimilionárias.

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Mas o maior impacto sem dúvidas foi causado no golfe. Assim como no tênis, o golfe tem um calendário anual de eventos e uma associação que une todos os maiores golfistas do mundo, a PGA (Professional Golfers Association).

Eis que chega o dinheiro saudita e uma nova associação, com um novo tour, é formada. A chamada LIV trouxe menos campeonatos e mais curtos (três dias em vez de quatro), prêmios muito maiores, menos viagens e valores astronômicos para quem pulasse o muro. Tiger Woods, maior nome do golfe nas últimas décadas, recusou, mas astros como Phil Mickelson e Dustin Johnson não.

Estima-se que Mickelson recebeu 200 milhões de dólares e os outros golfistas não ficaram muito atrás. A cisão foi clara, com declarações públicas das principais estrelas e batalhas na justiça. Até que, surpreendentemente, as duas organizações chegaram a um acordo para juntar forças que até agora é nebuloso.

A quantidade de dinheiro mudou o mercado de futebol, sem dúvidas, mas alterou uma unidade do golfe e o esporte em si, algo que tem poucos precedentes.

Voltando ao esporte bretão, especulava-se que esse esforço neste momento seria uma forma de impressionar o mundo e garantir a Copa do Mundo de 2030, depois de ver a Copa no Catar em 2022. Entretanto, de última hora, o país retirou a candidatura.

Os investimentos também se espalharam para o boxe, Fórmula 1 e vários outros esportes, que tem patrocínios do fundo soberano e empresas do país e eventos organizados em suas cidades.

Com tanto dinheiro investido é difícil imaginar um retorno que justifique, a não ser o impacto positivo em sua imagem e a popularidade que esportistas como Cristiano Ronaldo e Neymar e o esporte geram ao redor do mundo.

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