Em nota, pasta afirma que atitudes da servidora estão "em evidente desacordo com as políticas e objetivos do MIR". Presidente de torcida organizada do São Paulo havia cobrado demissão da assessora e mandou recado para Anielle: "Sua irmã, Marielle, que foi assassinada por milicianos por defender causas sociais, deve estar chorando lá em cima no céu [...] Você levou uma racista, xenofóbica pro estádio do Morumbi"
A assessora da ministra Anielle Franco, que criticou torcedores do São Paulo durante a final contra o Flamengo pela Copa do Brasil, foi exonerada do cargo nesta terça-feira (26).
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Marcelle Decothé da Silva era chefe da assessoria especial do Ministério da Igualdade Racial. Em nota, a pasta diz que as manifestações públicas da servidora em suas redes estão “em evidente desacordo com as políticas e objetivos do MIR”.
Horas antes da demissão, o presidente da Torcida Independente — a maior organizada do São Paulo — havia cobrado a demissão da assessora. Em postagem no Instagram, Henrique Gomes chegou a citar a ex-vereadora Marielle Franco, irmã de Anielle.
“Sua irmã, Marielle, que foi assassinada por milicianos por defender causas sociais, deve estar chorando lá em cima no céu […] Você levou uma racista, xenofóbica pro estádio do Morumbi. Disse que a torcida do São Paulo Futebol Clube é branca, descendente de europeu, e que o povo paulistano é um povo de merda”.
Em outro vídeo publicado horas depois, o líder da organizada disse que recebeu uma ligação da própria ministra, pedindo desculpas à torcida do São Paulo. A ministra também telefonou para o presidente do São Paulo Futebol Clube e pediu desculpas.
ENTENDA O CASO
Em postagem nas redes sociais no último domingo durante a final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo, Marcelle criticou a torcida tricolor. “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade (sic)…”, escreveu. “Pior de tudo de pauliste (sic)”, complementou.
Em outro stories, Marcelle faz um gesto obsceno no meio da torcida do São Paulo. Depois, ela segura uma camisa do Flamengo e critica a diretoria: “Independente da diretoria fascista, dos pau no koo (sic) que acha que merece vestir a camisa desse clube, pra sempre Flamengo”.
Nas redes sociais, a ministra e as assessoras foram criticadas pela própria esquerda. “Que vacilo, estão dando argumento para a direita. Se liguem, essa esquerda lacradora ainda vai arruinar o governo”, escreveu um internauta.
“Esse tipo de gente vai ajudar a eleger o próximo Bolsonaro. Além dos comentários xenófobicos, intolerantes e inadequados, ainda utilizaram dessa bosta de linguagem neutra”, criticou outra. “Essa galera ainda acha que está militando no DCE? Meu Deus, a tal da esquerda caviar cirandeira é a esquerda que a direita adora, o nosso calcanhar de aquiles”, postou mais um.
Marcelle recebia R$ 17,1 mil por mês. Ela entrou no governo no dia 7 de fevereiro de 2023, quando ganhou um cargo comissionado executivo para trabalhar 40 horas semanais como chefe da assessoria especial. Embora trabalhasse no ministério da Igualdade Racial, ela foi oficialmente contratada pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, segundo o Portal da Transparência do governo federal.
Apesar do salário bruto de R$ 17,1 mil, em junho ela embolsou R$ 30.085,26. O valor se refere aos adicionais de R$ 7,8 mil de “gratificação natalina” e R$ 9,6 mil de “outras remunerações eventuais”.
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