Deputado do PL achou que seria mais importante votar contra o casamento gay do que participar do funeral do próprio pai. O mais tragicômico é que, após horas de uma sessão marcada por troca de ofensas e baixaria, a base do governo Lula conseguiu adiar a votação
O deputado federal Fernando Rodolfo (PL-PE) deixou de participar do funeral do próprio pai para presidir a sessão que discutia a proibição do casamento homoafetivo no Brasil.
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A informação foi revelada pelo deputado Pastor Eurico (PL-PE), amigo e aliado de Rodolfo. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o próprio Fernando Rodolfo confirmou que se ausentou do enterro do pai, que morreu de câncer aos 67 anos na cidade de Garanhuns (PE).
Fernando Rodolfo é presidente da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, e já declarou ser contra a união entre pessoas do mesmo sexo.
O funeral de Carlos Fernando dos Santos ocorreu no município pernambucano, na terça-feira (19), enquanto o filho Fernando Rodolfo encontrava-se em Brasília (DF).
Nas redes, o deputado publicou uma nota de pesar: “É com profunda tristeza que informamos o falecimento de Carlos Fernando dos Santos na manhã desta segunda-feira. Ele deixa uma esposa, filhos e netos, irmãos, sobrinhos e muita saudade em nossos corações”.
Sessão marcada por confusão e xingamentos
Os deputados bolsonaristas tentam aprovar uma proposta que visa estabelecer que a relação entre casais homossexuais não pode ser equiparada ao casamento ou à entidade familiar. Caso seja aprovado, o texto não pode anular casamentos homoafetivos já existentes, mas impedirá a ocorrência de novos.
A sessão de votação nesta terça-feira (19) foi marcada por troca de ofensas, gritaria e ameaças. Depois de mais de cinco horas de discussão, a base do governo Lula, que é minoria na comissão, conseguiu adiar para a próxima quarta-feira (27) a votação do projeto de lei.
Um acordo firmado entre governo e oposição prevê o compromisso de partidos contrários ao projeto de não obstruírem a votação e também a realização de uma audiência pública um dia antes, na terça-feira (26).
Desde 2011, o Supremo Tribunal Federal reconhece a união homoafetiva como núcleo familiar, equiparando as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheres.
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