Polícia informou que investiga as circunstâncias da morte da atleta. Boletim de Ocorrência, divulgado pela Secretaria de Segurança Pública, aponta que Walewska caiu do 17º andar de prédio e menciona imagens de câmeras de segurança do condomínio. Em última entrevista, jogadora relembrou carreira de sucesso e fez planos para o futuro: "Vou fazer 44 anos dia 01 de outubro. Eu tenho pelo menos mais 40 anos de vida produtiva"
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou, na manhã desta sexta-feira (22), o Boletim de Ocorrência da morte da campeã olímpica de vôlei Walewska Moreira de Oliveira, ocorrida no início da noite de quinta-feira. A polícia diz que Walewska caiu do 17º andar e investiga as circunstâncias.
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Segundo o boletim, há investigação sobre hipótese de suicídio, mas outras possibilidades não estão descartadas. Segundo o documento, a ocorrência foi às 18h09 de quinta-feira, com a comunicação às 20h19.
O boletim de ocorrência cita que a gestora do condomínio relatou que Walewska caiu do 17° andar (área de Lazer), atingindo a sacada do apartamento do primeiro andar. Uma unidade de resgate tentou reanimar a vítima, mas foi constatado o óbito no local.
A área de lazer, que fica no 17º andar do condomínio, possui câmeras no corredor e seu acesso se dá apenas pelos moradores por uma porta de vidro que possui biometria facial. O sistema de monitoramento teria gravado Walewska entrando na área de lazer sozinha às 16hs50m.
O marido de Walewska estaria no apartamento do casal, em outro andar do edifício, no momento da tragédia. Ouvido pela polícia, Ricardo Alexandre Mendes contou que o casal enfrentava uma crise no casamento de 20 anos. Ele disse que, na quinta-feira, voltou do trabalho às 17h30 e não encontrou a mulher em casa. Em seguida, resolveu dormir e, por volta de 18h30, foi acordado por funcionários do prédio com a informação de que houve um “acidente”.
Planos para o futuro
Em sua última entrevista, para o podcast “Ataque Defesa”, do jornalista Alê Oliveira, a atleta destacou os feitos de sua carreira e traçou planos para o futuro.
“Tudo o que eu faço hoje é direcionado para mostrar o conhecimento que eu adquiri nesses 30 anos e falar disso. Tem algumas coisas que tocaram. O atleta não fala de dinheiro, de pós-carreira, não fala de planejamento, não se prepara estudando, aprendendo outras coisas para que quando ele caia no mundo fora da redoma, ele esteja pelo menos bem preparado. Não vou falar que será fácil, mas será um pouco mais fácil se ele tiver esse pensamento de que aquilo vai terminar um dia. Vou fazer 44 anos dia 01 de outubro. Eu tenho pelo menos mais 40 anos de vida produtiva. É um mundo inteiro que você tem que pensar quando está dentro da quadra”, disse a atleta.
“Demorei para entrar nas redes sociais. No Instagram mesmo foi no meu último ano de atleta. Porque todo mundo pedia muito. Tinha algumas pessoas que nem sabiam que eu era casada, de tão reservada que eu era. Acho que foi necessário porque eu sempre fui muito focada no que eu estava fazendo. Não sentia falta nenhuma de ter Instagram. Eu via as meninas mexendo e gastando muito tempo ali. Acho que meu tempo era na leitura, ver um filme, escutar uma boa música. Então o meu tempo que era livre, que era pouco, usava muito melhor tendo acesso a algumas coisas que foram muito importantes para o meu pós-carreira”, destacou Walewska.
Walewska teve uma das carreiras mais bem sucedidas da história do vôlei feminino brasileiro. Ela faturou o ouro olímpico em Pequim-2008. Antes, fez parte do elenco brasileiro que foi bronze em Sydney-2000. A brasileira se aposentou das quadras no ano passado e, nos últimos tempos, apostava em lançamento de produtos envolvendo liderança e alta performance.
Veja o depoimento do jornalista Alexandre Oliveira, que fez a última entrevista com Wal: “A gente não sabia o que tinha acontecido quando subimos o podcast [na quinta]. Várias pessoas me ligaram perguntando o que havia acontecido, eu não sabia. A gente gravou o podcast na quarta-feira, às 15h, em Alphaville. Tratei com ela a semana passada toda, marquei, combinei, ela topou de boa. Se vocês puderem ver, ela estava extremamente feliz e contente. Falou da carreira, dos planos e de muita coisa bacana da vida dela. Em nenhum momento passou qualquer problema que ela pudesse ter sobre saúde mental ou física. Não transpareceu. Fica nosso pesar, eu estou completamente em choque. Era uma mulher incrível, totalmente fora da curva em termos de cultura, educação, em como conversar… nunca imaginei”.
Assista ao último podcast:
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