Proposta do governo Lula para tentar pausar massacre de Israel em Gaza é considerada um sucesso mundial e surpreende chefes de estado e diplomatas. Foram 12 votos favoráveis, duas abstenções e 1 voto contra. Infelizmente o texto acabou rejeitado porque o voto contrário foi dos EUA, os senhores da guerra, que possuem poder de veto
O Conselho de Segurança da ONU rejeitou nesta quarta-feira (18/10) a proposta do Brasil de uma resolução sobre o conflito entre Israel e a Palestina. Os EUA vetaram a proposta brasileira.
Apesar do veto, o projeto brasileiro foi considerado um sucesso mundial. Foram 12 votos a favor. O Reino Unido e a Rússia se abstiveram. O único voto contra foi dos EUA, que tradicionalmente defendem Israel na organização.
Em visita a Israel nesta quarta, o presidente norte-americano Joe Biden declarou apoio irrestrito ao país após encontro com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
As resoluções do Conselho de Segurança devem sem aprovadas por todos os membros-permanentes (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia), que têm poder de veto nas votações
O texto apresentado pelo Brasil solicitava a abertura de corredores humanitários em Gaza para a entrada de medicamentos, comida e água e também para a retirada da população de Gaza que quer fugir dos bombardeios israelenses.
A proposta do Brasil também condenou os ataques do Hamas e pediu pausas na guerra para atendimento aos civis e a retomada de serviços essenciais.
O resultado da votação, na avaliação de diplomatas brasileiros, mostrou que o país manteve a liderança do processo e conseguiu amarrar apoios, apesar dos EUA. O que surpreendeu foi conseguir o apoio de membros permanentes, como França e China, e a totalidade dos outros membros não permanentes.
Anteriormente, uma outra resolução sobre a crise, apresentada pela Rússia, também foi rejeitada pelo Conselho de Segurança da ONU. Cinco países votaram a favor do documento. Os EUA, Reino Unido, França e Japão votaram contra. Outros seis países se abstiveram de votar, incluindo o Brasil.
O Conselho de Segurança da ONU não aprova uma resolução sobre a crise no Oriente Médio desde 2016. A organização vem enfrentando críticas por não conseguir eficácia em lidar com graves conflitos internacionais, repetindo a pressão que já vinha sofrendo com a guerra da Ucrânia.
O Representante Permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, classificou o veto dos EUA à resolução brasileira como um “fracasso da política externa” e uma manifestação de hipocrisia e padrões duplos por parte dos Estados Unidos.
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