Saúde

Conheça os riscos da raiva que volta a fazer vítimas no país

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Doença é perigosa para animais e humanos, e merece atenção

Imagem: Blue Bird | Pexels

Algumas cidades anunciaram casos de raiva em 2023. No Ceará, um agricultor de 36 anos foi levado a óbito pela doença. Essa é a primeira vez que o estado registra uma morte humana por raiva em sete anos.

Por conta da gravidade, governos de todas as regiões estão reforçando as campanhas de vacinação, que são a forma principal para evitar o contágio. Nas cidades, a zoonose costuma infectar mais cães e gatos. No meio rural, bovinos, equinos e suínos podem ser as vítimas. Já em florestas, raposas, primatas e morcegos são afetados.

O que é a raiva e como é transmitida?

A raiva é uma doença causada por um vírus chamado Lyssavirus. Em geral, ele ataca morcegos que transmitem a outros animais, especialmente cães e gatos nas cidades. O contágio ocorre por meio da mucosa, seja por mordeduras, arranhaduras ou lambeduras. Caso um animal contaminado morda ou lamba um humano, cuidados devem ser tomados para evitar que a situação se agrave.

Em todos os animais os sintomas costumam ser:

↘ Salivação abundante;
↘ Dificuldade para engolir;
↘ Mudança de hábitos alimentares, como mais ou menos fome;
↘ Paralisia de patas traseiras;
↘ Mudanças comportamentais. Nos cães, os latidos podem se tornar parecidos com um uivo rouco.

Os seres humanos podem sentir ainda:

↘ Inquietude;
↘ Perturbação do sono;
↘ Queimação e formigamento no lugar da mordedura;
↘ Alucinações;
↘ Febre;
↘ E muito mais.

Como é feito o diagnóstico?

Assim que uma pessoa dá entrada na emergência por ter sido mordida por um animal, ela é tratada como se já estivesse com a doença. Ou seja, medidas são tomadas para evitar os danos mais graves, especialmente se ela tiver um ou mais dos sintomas acima descritos.

Há ainda exames laboratoriais que devem ser feitos para a confirmação do diagnóstico, e o controle da doença naquela localidade. Existem testes que são feitos com a mucosa da boca, biópsia da pele, entre outros. A técnica escolhida irá depender da clínica e das condições do paciente.

Tem também a dosagem de anticorpos, que é bastante comum para evitar a raiva. Nesse caso, porém, o teste é feito para se certificar de que um grupo de pessoas está protegido contra a doença. O exame é obrigatório para profissionais que têm uma grande exposição, como veterinários, pesquisadores, etc. A dosagem é medida por meio de titulação, um método capaz de medir a quantidade de matéria em uma solução, que aqui seria os anticorpos no plasma.

Segundo informações do Instituto Pasteur, ninguém pode ser exposto conscientemente a riscos, se não tiver níveis iguais ou superiores a 0,5 UI/mL. Os profissionais devem realizar os exames a partir do 14º dia após terem tomado a última vacina, e os testes são realizados a cada seis meses ou um ano, dependendo do quanto se expõem aos riscos.

O que fazer depois de uma mordida animal?

Algumas medidas devem ser tomadas imediatamente, mesmo se a pessoa já tiver tomado a vacina contra a raiva. São elas:

↘ Lavar o ferimento com água e sabão;
↘ Não matar o animal, mas observá-lo durante alguns dias para saber se pegou raiva;
↘ Manter o animal em local seguro, com alimento e água, e distante de outras pessoas para evitar novos ataques;
↘ Caso o animal apresente algum sintoma, levá-lo a um veterinário rapidamente;
↘ Ir o quanto antes a um Serviço de Saúde e relatar todo o caso;
↘ Seguir todas as ordens médicas.

Única prevenção é a vacina

A única maneira de evitar que a raiva faça mais vítimas é protegendo os principais transmissores, que são os animais domésticos. Assim, caso venham a sofrer um ataque de um morcego, eles não irão desenvolver a patologia, nem passar adiante para as pessoas.

Vale notar que os animais devem tomar essa vacina todos os anos, independentemente da raiva e tamanho. Se os cachorros ou gatos estiverem com alguma doença, é importante perguntar a um veterinário de confiança, e não evitar a proteção de imediato.

Para evitar problemas com animais desconhecidos, o recomendável é não tocar neles, ainda mais se estiverem dormindo, feridos ou doentes. A ação, por melhor que seja a intenção, pode assustá-los, fazendo com que eles mordam.

Ainda que a raiva tenha tratamento, os perigos que envolvem a doença fazem com que seja preciso ter cuidado. Além da vacinação, evitar contato com animais feridos e buscar auxílio imediato se necessário são atitudes essenciais para diminuir os riscos.

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