O equatoriano Daniel Noboa, de 35 anos, furou a fila e saltou na frente dos que tentam se afirmar como os primeiros exemplares da nova direita latino-americana a chegar ao poder. Noboa foi eleito presidente do Equador com 35 anos. O rapaz é da direita que uma parte da esquerda não consegue empurrar para a extrema, porque faz média com as pautas LGBTQIA+, diz que não há saída sem educação e formou sua base entre os jovens
O equatoriano Daniel Noboa furou a fila e saltou na frente dos que tentavam ou ainda tentam se afirmar como os primeiros exemplares da nova direita latino-americana a chegar ao poder. Noboa foi eleito presidente do Equador com 35 anos.
O rapaz é da direita que uma parte da esquerda não consegue empurrar para a extrema, porque faz média com as pautas LGBTQIA+, diz que não há saída sem educação e formou sua base entre os jovens.
Tem um discurso bonito na área dos costumes, pró-emprego e liberdade econômica e ideias consideradas esdrúxulas para as questões de segurança (como prisões flutuantes) que atormentam os equatorianos, mas sem que isso o identifique com soluções típicas do fascismo.
A mulher dele, a nutricionista e modelo Lavinia Valbonesi, é mais do que influenciadora, é estrela das redes sociais e foi decisiva na eleição. O próprio Noboa é celebridade na internet por fazer musculação e ter braços de Popeye.
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Será que com isso e mais algumas simplificações teremos o retrato de um fenômeno que pode ser definido como herdeiro de uma família bilionária, neoliberal, o que hoje não esclarece muita coisa, privativista e inimigo dos trabalhadores? Ainda não temos.
Noboa estudou em Harvard, surpreendeu com a capacidade de reflexão e retórica na campanha, vingou o pai que tentou por cinco vezes ser presidente e está aí para ser decifrado.
Vão tentar compará-lo ao que já existe por perto, como Bolsonaro e Javier Milei, mas o que temos é uma figura a se melhor examinada. Noboa conseguiu o que Fernando Camacho vem tentando na Bolívia com perfil semelhante, mas muito mais perfilado à extrema-direita.
*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).
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