Atleta profissional do fisiculturismo, Christian Figueiredo tinha milhares de seguidores nas redes. O jovem competia na 'Open', categoria que não tem limite de peso e que exige um consumo muito maior de alimentos e recursos ergogênicos
O fisiculturista Christian Franco Figueiredo, de 29 anos, morreu na segunda-feira (16), em São Paulo. A esposa dele, Viviane Torres, confirmou a informação em postagem nas redes sociais, sem dar detalhes das causas.
No entanto, conforme relato de amigos do atleta, ele foi submetido a uma cirurgia no fígado no Hospital das Clínicas e teve complicações, que o levaram a sofrer um ataque cardíaco.
Chris, como era mais conhecido, era fisiculturista profissional e seguido por mais de 108 mil pessoas no Instagram. Em julho deste ano, ganhou o concurso “Musclecontest Brazil 2023″ e conquistou o pro card. Esse certificado garante aos atletas da categoria a participação em eventos da Federação Internacional de Fisiculturismo & Fitness (IFBB – na sigla em inglês).
Ele trabalhava com Viviane e os dois estavam juntos há quase 11 anos. Na postagem em que falou sobre a morte do marido, ela ressaltou que ele era “um marido, filho, irmão, atleta e amigo que deixou um legado incrível”.
Em outra postagem, Viviane se despediu do marido. “Deus te levou pra perto dele para um lugar lindo e mais seguro como você merece. Deus tem muito orgulho do filho que você foi e continuará sendo mas agora pertinho dele, onde ele vai te dar tranquilidade e paz. Você me ensinou o verdadeiro significado do casamento, da parceria, do amor e como falávamos estes dias, nas dificuldades que nos aproximávamos mais”, lamentou ela.
Nas redes sociais, a equipe da IntegralMédica divulgou uma nota de pesar, ressaltando que Chris “era querido por tanta gente da comunidade do fisiculturismo brasileiro, especialmente pelos atletas e profissionais do Centro de Treinamento Dark House”.
Embora não se saiba detalhes sobre a causa oficial da morte, internautas alertaram para os perigos do fisiculturismo — esporte que tem crescido rapidamente no Brasil, na esteira de influenciadores que possuem milhões de seguidores.
“É uma pena que tenha perdido a vida tão jovem. Quem não é do esporte e vê a ‘carcaça’ do corpo de um bodybuilder imagina que a pessoa é uma máquina, forte e saudável. Mas essas pessoas, sobretudo na categoria ‘open’, tomam muita química, muito hormônio diariamente e comem muito além do que o corpo necessita para se tornarem competitivos no fisiculturismo profissional. São fortes por fora, mas muito frágeis por dentro”, comentou um profissional da área de saúde que também se identifica como fisiculturista.
As mortes de fisiculturistas são frequentes nos Estados Unidos — país onde o esporte tem mais popularidade. No Brasil, cada vez mais atletas também estão perdendo a vida, como alertou recentemente o nutricionista e youtuber Rodrigo Goés, que é entusiasta do fisiculturismo natural — modalidade que não permite a ingestão do uso de anabolizantes.
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