"Perdi a guerra". Um mês após anunciar que estava sendo submetida a um processo de "cura gay", influenciadora bolsonarista é encontrada morta. Karol Eller disse que estava lutando com todas as forças para 'renunciar aos pecados da carne'
Karol Eller, influencer apoiadora do ex-presidente Bolsonaro, morreu nesta última quinta-feira (12) em São Paulo, aos 36 anos de idade. A informação foi confirmada pelo Deputado Federal Nikolas Ferreira (PL-MG) através das redes sociais.
Ativista política, ela ganhou fama quando ainda morava nos EUA e mostrava sua rotina por lá. Foi nesta época que ela se aproximou da política e criou vínculos com a família Bolsonaro.
Após o início do governo de Jair Bolsonaro em 2018, um ano depois, Karol foi nomeada para um cargo na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), do qual ela foi exonerada em 2023.
Alguns meses depois, a influenciadora passou a trabalhar como assessora do Deputado Estadual paulista Paulo Mansur (PL-SP), que foi o responsável por divulgar a nota oficial de sua morte.
“É com muito pesar que confirmamos o falecimento de Karol Eller. A dor é inexplicável. Apenas pedimos orações pelos seus familiares neste momento”, disse a publicação do político.
No início de setembro, Karol havia participado de um “retiro para a cura gay” em uma igreja evangélica. Na ocasião, ela afirmou ter “renunciado à prática homossexual”, além de “vícios e desejos da carne”.
“Sim, eu renunciei à prática homossexual, eu renunciei vícios e renunciei os desejos da minha carne para viver em Cristo! Que Deus abençoe vocês”, disse.
Com cerca de 600 mil seguidores em seu Instagram, a influenciadora causou preocupação nesta quinta-feira (12) ao compartilhar uma ‘carta de despedida’, afirmando que havia ‘perdido a guerra’.
Amigo da ativista, o deputado Nikolas Ferreira, que vive em Minas Gerais, se alarmou com as publicações de Karol “Estou tentando ligar pra Karol Eller mas ela não atende. Alguém que está em SP pode ligar para a polícia e ir no endereço??”, compartilhou através do Twitter.
Uma hora depois, ele confirmou seu falecimento. “Escrevo isso praticamente sem forças, mas infelizmente Karol Eller veio a óbito. Que o Senhor conforte a vida de seus familiares”, lamentou.
Há quatro anos, o Pragmatismo noticiou que Karol afirmou ter sido vítima de um ataque homofóbico na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A delegada que cuidava do caso, Adriana Belém, descartou que se tratava disso. “Nós não podemos admitir que você utilize a delegacia, a máquina administrativa do estado, e chegue aqui e minta”, disse Belém à época, afirmando que Eller poderia ser indiciada por denunciação caluniosa.