Um dos ministros mais importantes do governo de Israel admitiu a possibilidade de se apropriar de mais territórios palestinos: “Gaza tem de ser menor depois desta guerra [...] A perda de terras é o preço que os árabes entendem”
A possibilidade de se apropriar de mais territórios palestinos está sendo considerada pelo governo de Israel, segundo declarações difundidas nesta terça-feira (17/10) por um dos ministros mais importantes do gabinete de emergência.
Se trata de Gideon Sa’ar, que integra o grupo criado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e que é formado por políticos governistas e opositores. Ele não controla uma pasta específica, faz parte do comitê que tem como objetivo demonstrar a unidade entre todos os setores da política israelense diante do cenário de guerra contra os territórios palestinos.
Durante participação em um telejornal local, na última terça, Sa’ar afirmou que “Gaza tem de ser menor depois desta guerra”. “Primeiro, porque é uma questão de segurança nacional. Tanto no Leste quanto no Norte, eles terão que perder esse território. Em segundo, porque a perda de terras é o preço que os árabes entendem”, completou o ministro.
Vale lembrar que os atuais territórios controlados pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) são muito menores que o estabelecido pelos tratados chancelados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1967, e que boa parte das terras originais que deveriam pertencer aos palestinos hoje são ocupadas por colonos israelenses.
Apesar de não ter um cargo específico atualmente, Sa’ar já foi ministro da Educação (entre março de 2009 e março de 2013) e do Interior (entre março de 2013 e novembro de 2014), quando era membro do partido consevador Likud, durante mandatos anteriores de Netanyahu.
Entre junho de 2021 e dezembro de 2022, durante os governos de Naftali Bennett e Yair Lapid, ele acumulou os cargos de ministro da Justiça e de vice-primeiro ministro. Nesse então, ele já era o presidente do seu próprio partido, a legenda liberal Tikva Hadasha, que comanda até hoje.
As declarações de Sa’ar também aumentam a contradição dos apoiadores de Israel no Ocidente, como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, que também são aliados da Ucrânia no conflito contra a Rússia, e que, nesse segundo caso, defendem o argumento de que Moscou deve ser combatida por querer se apropriar de territórios que pertenciam a Kiev.
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