Quem é a comentarista da Band que pediu o extermínio do povo palestino
Após 77 anos no ar, programa “Hora Israelita” deixou de ser veiculado pela Rádio Bandeirantes de Porto Alegre (RS). A decisão ocorreu após comentarista chamar palestinos de 'animais' e pregar abertamente o extermínio da população. Deborah Srour ainda ironizou o fim do programa e disse que está sendo "perseguida como foram os judeus pela Alemanha"
Brasil de Fato
A rádio Band RS, emissora de Porto Alegre, retirou de sua grade de programação o programa Hora Israelita, que estava havia 77 anos no ar. A decisão aconteceu depois de denúncia envolvendo uma das comentaristas do programa, Deborah Srour. Em duas edições de outubro, Srour reproduziu discurso de ódio contra os palestinos. No primeiro deles, chamou os palestinos de “animais”, dizendo que “não há civis inocentes do lado de Gaza”.
Srour também propôs que o exército de Israel fosse “mortífero” em Gaza, sem respeitar qualquer proporcionalidade. “Se eles se comportam como animais, então Israel tem de lidar com eles como animais”, sugeriu.
Ela voltou ao ataque no dia 22. Entrando no programa desde Jerusalém, assegurou ter “muito mais direito a essa terra, onde os avós dos meus avós estão enterrados, e os avós deles, do que árabes que saíram da Arábia e do Egito, e se mudaram para cá no último século”.
Na sua opinião, existiria um “ódio mortal” dos árabes aos judeus alimentado “desde o berço” com uma “sede de sangue insaciável”.
Em vídeo postado no Facebook, Srour explicou que tudo o que diz é de sua responsabilidade e não da Hora Israelita ou da emissora que transmite o programa. Disse que ser “sionista” é “uma medalha de honra” e que suas palavras foram tiradas do contexto.
“Expressei minha opinião como qualquer pessoa normal de que Israel deveria exterminá-los”, declarou logo após citar os atos praticados pelo Hamas contra civis no dia 7 de outubro.
Inicialmente, a Band RS alegou que nada tinha a ver com a Hora Israelita e que a produção era terceirizada, ou seja, ia ao ar em horário alugado pela emissora.
Na sua nota, porém, além de reiterar “de forma enfática seu compromisso inabalável com a responsabilidade jornalística e os princípios democráticos que regem o exercício da comunicação”, ponderou que “programas, mesmo que independentes e de responsabilidade de terceiros, devem observar e cumprir esses princípios e se responsabilizar pelos conteúdos que veiculam, os quais não têm a ver com a liberdade de imprensa que tanto prezamos”. E arrematou. “Nossa emissora repudia, por parte de qualquer um, qualquer forma de discurso de ódio, preconceito e desinformação, conforme prega nossa Constituição”.
Em vídeo postado no Facebook, Srour reclamou da decisão. Para ela, a diretoria da rádio “perdeu uma excelente ocasião para se colocar do lado correto da história”. Chegou a comprar a medida com a perseguição aos judeus na Alemanha dos anos 1930.
Srour vê “nossos inimigos” criando “narrativas falsas para nos difamar”. E pontua: “Essas línguas diabólicas e imundas estão fazendo hora extra para nos difamar, especialmente nas universidades do ocidente”.
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