Comer um farto café da manhã e tomar sol no primeiro dia de férias pode ser a chave para evitar o jet lag, sugere um estudo realizado por pesquisadores da Northwestern University, em Illinois, e do Santa Fe Institute, no Novo México.
Os cientistas desenvolveram modelos matemáticos para explorar os ritmos circadianos e a recuperação do jet lag, analisando o papel da luz e dos alimentos no relógio interno do corpo.
Eles descobriram que comer mais no início do dia e absorver muita luz natural durante o dia acelerava o tempo que o corpo leva para se recuperar das mudanças de fuso horário durante uma viagem.
O Dr. Yitong Huang, autor do estudo e pós-doutorado na Northwestern University, disse: “Ter uma refeição maior no início da manhã do novo fuso horário pode ajudar a superar o jet lag”.
A equipe também sugeriu evitar grandes lanches noturnos. Mudar constantemente os horários das refeições ou fazer refeições tarde da noite é desencorajador, pois pode desequilibrar ainda mais os ritmos circadianos.
Isso ocorre porque comer à noite causa inflamação no fígado, que tem sido associada a doenças hepáticas, como hepatite e doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Comer mais cedo permitiu que o corpo siga melhor a programação local.
Certos alimentos repletos de nutrientes que reduzem a fadiga podem ajuda a minimizar os efeitos do jet lag. A melancia, por exemplo, contém cerca de 92% de água, o que é fundamental para combater a desidratação. Além disso, oleaginosas mistas, como amêndoas e castanhas de caju, são repletas de magnésio, que ajuda o corpo a regular os eletrólitos, minerais que transportam água por todo o corpo.
Para não sofrer com os desconfortos do jet lag que podem atrapalhar as suas férias, fique atento a essas dicas de viagem: uma boa noite de sono, antes da partida e após chegar ao destino, alimentação equilibrada, seguindo a orientação de tomar um bom café da manhã, e praticar exercícios físicos – isso pode ajudar a evitar o problema em viagens longas.
O jet lag e seus efeitos no organismo
O corpo funciona com um relógio interno de 24 horas e responde a estímulos externos, como a luz do dia e os horários das refeições. Alterando o ritmo circadiano (dia-noite), os voos longos perturbam o relógio interno, porque o cérebro recebe múltiplos sinais dia e noite.
As viagens, especialmente as que são feitas entre países localizados em fusos horários diferentes, sobrecarregam o organismo, ocasionando problemas físicos e mentais.
Essas mudanças biológicas são comumente chamadas de “jet-lag”, que acontece quando o ritmo circadiano, o relógio interno do corpo, difere do ambiente circundante. Três em cada quatro viajantes sofrem as consequências desta diferença de fuso horário nas viagens.
A principal causa do “jet lag” é, de fato, cruzar os fusos horários. Sabe-se, inclusive, que viajar de Leste para Oeste é o mais cansativo. Voar para norte ou sul não envolverá grandes inconvenientes (o horário muda pouco ou quase nada).
Por exemplo, em uma viagem de férias para a Disney, em Orlando, partindo do aeroporto de Guarulhos (SP/Brasil), há uma pequena mudança no fuso horário (- 2h), ou seja, o jet lag é praticamente improvável, restando apenas a preocupação com o cansaço da viagem em si, mas não com o ajuste do relógio biológico. Já quando se trata de férias na Austrália (+ 13h), os viajantes certamente sofrerão com os desconfortos do jet lag.
Com quatro fusos horários separados, o relógio biológico fica descontrolado por um período de alguns dias, dependendo de cada indivíduo. As crianças com menos de três anos sofrem pouco com o jet lag, sem dúvida graças à sua extraordinária capacidade de adaptação. Da mesma forma, os adultos que não têm problemas em gerir imprevistos ou estresse que surgem no seu dia a dia estão menos expostos a eles.
De modo geral, o jet lag resulta nos seguintes distúrbios: fadiga, problemas digestivos e distúrbios do sono, incapacidade de concentração, alterações de humor e mal-estar geral. Eles tendem a desaparecer com o passar dos dias.
Além disso, se antes da partida o viajante apresentar-se particularmente cansado, excitado, ou nervoso, ou ainda se ingeriu bebida alcoólica no dia anterior à sua partida, é provável que estará mais exposto ao jet lag, uma vez que é impossível se recuperar durante o voo.
Os autores planejam realizar pesquisas adicionais sobre a prevenção do jet lag. O estudo foi publicado no início de setembro na prestigiada Revista Chaos.
→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… Saiba que o Pragmatismo não tem investidores e não está entre os veículos que recebem publicidade estatal do governo. Fazer jornalismo custa caro. Com apenas R$ 1 REAL você nos ajuda a pagar nossos profissionais e a estrutura. Seu apoio é muito importante e fortalece a mídia independente. Doe através da chave-pix: pragmatismopolitico@gmail.com