Homem apontou arma de fogo para adolescente negro e postura covarde da policial fardada diante da situação gerou revolta. A mulher agora reclama: “Estou sob forte pressão psicológica, sendo crucificada e massacrada nas redes”. Além do ouvidor das polícias de São Paulo, diversos policiais já se manifestaram publicamente sobre o caso e afirmaram que Tamires errou e que não há justificativas para o comportamento dela
A policial militar que negou ajuda a um adolescente negro que estava sendo ameaçado por um homem armado em frente a estação Carandiru do Metrô de São Paulo no último domingo (12/11) disse estar sendo crucificada nas redes sociais.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que a mulher, identificada como Tamires Borges, de 28 anos, vai responder criminalmente e disciplinarmente pela omissão.
“Eu já fui crucificada, massacrada e ameaçada. Agora vocês querem falar comigo?”, disse a policial à emissora CNN. “Estou sob forte pressão psicológica. Fale com o meu advogado”, completou.
Tamires Borges Coutinho Siqueira é soldado de primeira classe da PM. Sua remuneração líquida é de R$ 6.165.
Em vídeo feito por testemunha, pessoas que assistiam à cena de violência pedem que a policial, que aparece fardada, tome uma atitude. Ela, no entanto, diz estar de folga e começa a discutir com o fotojornalista que faz a filmagem.
Além de negar ajuda, ela chega a chutar o rapaz vítima das agressões. “Eu estou de folga, o procedimento é ligar 190 e pedir viatura”, tenta justificar ela, após ser questionada, conforme registrado no vídeo.
O homem armado foi identificado como o o investigador da Polícia Civil Paulo Hyun Bae Kim, de 50 anos. O ouvidor das polícias de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, disse que vai pedir o afastamento e o desarmamento dele por causa do episódio.
Diversos PMs já se manifestaram publicamente sobre o caso e afirmam que Tamires errou e que não há justificativas para o comportamento dela.
“A Polícia Civil, a partir do momento que tomou conhecimento do vídeo, instaurou inquérito policial e identificou o homem armado, que se trata de um investigador de polícia. A Corregedoria foi acionada e apura o caso”, diz a SSP, em nota.
Ainda segundo a pasta, “a policial militar que aparece nas imagens foi identificada e está afastada dos serviços operacionais até a conclusão do Inquérito Policial Militar”.
“A atitude é considerada grave, uma vez que não condiz com os procedimentos operacionais e preceitos fundamentais da Instituição. Todo policial militar deve agir prontamente sempre que presenciar um crime, estando ou não em serviço”, afirma a nota.