Fernando Holiday mentiu ao espalhar nas redes que Flávio Dino se encontrou com 'dama do tráfico'. Ministro da Justiça e Segurança Pública afirma que outros influenciadores e políticos que disseminaram a mentira também serão processados
O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou em suas redes sociais que abrirá um processo contra o vereador paulista Fernando Holiday (PL), em resposta à produção de fake news alegando que ele teria se encontrado com uma representante da facção criminosa Comando Vermelho (CV). O vídeo utilizado pelo parlamentar municipal como prova na verdade era de uma comediante do Rio Grande do Norte.
Aliado e entusiasta de Jair Bolsonaro, Fernando Holiday é opositor ferrenho de Flávio Dino. Após a publicação da matéria do Estadão noticiando, na última segunda-feira (13), a presença da esposa de um dos líderes do Comando Vermelho, Luciana Barbosa Farias, em duas comitivas que se reuniram com secretários da pasta, o ministro foi questionado sobre o tema e afirmou nunca ter recebido ela em seu gabinete ou ter tido contato com ela.
Holiday respondeu em suas redes sociais alegando que a afirmação de Dino era mentirosa, e publicou um vídeo do que seria Flávio Dino abraçado com Luciana Barbosa, dizendo que lhe conhecia e era “seu fã”. “Se tivesse um mínimo de decência, já deveria no mínimo renunciar”, declarou na descrição. A publicação foi apagada minutos depois.
A mulher na gravação, porém, era a comediante Ví Álvares, que publicou um vídeo desmentindo a publicação de Holiday, que foi replicado por outros influenciadores bolsonaristas. “Agora vão ter que provar. Vocês estão mexendo com uma mãe de família que vocês nem conhecem. Vocês agora vão ter que provar tudo o que vocês estão falando aí”, respondeu.
Flávio Dino compartilhou o vídeo da comediante, acrescentando que “esses bandidos inventam essas calúnias para aglutinar gente da mesma espécie, a fim de praticar o mal”.
Mais tarde, tuitou avisando que “sim, irei processar os autores das mentiras”, apontando que seus adversários “precisam de uma reunião que não existiu e de uma fraude com um vídeo” para provar as acusações de interferência na atividade da Polícia Federal e de vínculos com o crime organizado.
Lucas Neiva, Congresso em Foco