Golpista do 8 de janeiro morre durante banho de sol na Papuda. Cleriston estava preso por invadir e depredar o Congresso Nacional. De acordo com o Ministério Público Federal, o homem quebrou computadores, obras de arte, pórticos, câmeras de segurança e um veículo da marca Jeep. Também vandalizou a chapelaria, o Salão Negro, as cúpulas, o museu, móveis históricos e queimou o tapete do Salão Verde da Câmara dos Deputados
Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, morreu na última segunda-feira (20) após sofrer um mal súbito durante o horário do banho de sol no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
O homem estava preso por participar da tentativa de golpe de estado no dia 8 de janeiro e aguardava julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo familiares, Cleriston era ’empresário’ e deixa esposa e duas filhas.
Segundo a juíza Leila Cury, responsável pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, o preso passou mal por volta das 10h. O Samu e o Corpo de Bombeiros foram acionados. As equipes chegaram cerca de 18 minutos depois e deram “continuidade ao protocolo de reanimação cardiorrespiratória, sem êxito”.
“O óbito foi declarado às 10h58. O falecido estava preso exclusivamente em razão da conversão de sua prisão em flagrante em prisão preventiva, nos autos da PET 4879 – STF, recebia visitas regulares da companheira e das duas filhas e residia no Distrito Federal”, afirmou a juíza.
Participação no 8 de janeiro
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), em 16 de janeiro, Cleriston se uniu ao grupo que se dirigiu à Praça dos Três Poderes para “auxiliar, provocar, insuflar o tumulto, com intento de tomada do poder e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal”.
Ao ingressar no Congresso, juntos com os demais, ele empregou “violência com o objetivo declarado de implantar um governo militar, impedir o exercício dos Poderes Constitucionais e depor o governo legitimamente constituído que havia tomado posse em 1º de janeiro de 2023”.
O texto diz que Cleriston e o grupo passaram a quebrar vidraças, espelhos, portas e vidro, móveis, lixeiras, computadores, totens informativos, obras de arte, pórticos, câmeras de circuito fechado de TV, carpetes, equipamentos de segurança e um veículo da marca Jeep.
Também acessaram e depredaram a chapelaria, o Salão Negro, as cúpulas, o museu, móveis históricos e queimaram o tapete do Salão Verde da Câmara dos Deputados.
Ele entrou nas galerias do Congresso, “participando ativamente e concorrendo com os demais agentes para a destruição dos móveis que ali se encontravam”.
“Assim, agindo, Cleriston Pereira da Cunha tentou, com emprego de violência e grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito”, diz o MPF.
Posteriormente, ele foi preso pela Polícia do Senado Federal. Na acusação, o MPF pede sua condenação pelos crimes de: associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para às vítimas; deterioração de patrimônio tombado; concurso de pessoas e concurso material.