Tecnologia

A incessante disputa entre gigantes da tecnologia e das telecomunicações pelo financiamento da infraestrutura digital brasileira

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Imagem: Leandro Barreto | unsplash

Visualize uma partida de xadrez. No tabuleiro, um amplo panorama de oportunidades, obstáculos e estratégias intricadas. Os jogadores são duas potências do mundo contemporâneo – Big Tech e Telecom. O prêmio almejado é a influência sobre o financiamento da emergente infraestrutura digital do Brasil.

O Brasil, país com mais de 210 milhões de habitantes, observa uma necessidade crescente de uma sólida infraestrutura digital. Esta demanda é impulsionada por uma economia digital em expansão, a transição para o trabalho remoto e a busca por conectividade até nos recantos mais remotos do país. Entrando em cena, os setores de Big Tech e Telecom competem por uma parcela deste lucrativo mercado, cada um com suas estratégias distintas, potenciais vantagens e possíveis desvantagens.

Neste momento, a infraestrutura digital brasileira é comparável a um quebra-cabeça incompleto, faltam peças fundamentais. As peças ausentes neste caso são financiamentos significativos e parcerias estratégicas, que as grandes empresas de tecnologia e de telecomunicações estão ávidas para fornecer. Contudo, permanece a questão: quem se destacará neste jogo de altas apostas? Será a Big Tech, com suas soluções inovadoras e recursos financeiros, ou a Telecom, com sua abordagem tradicional e vasta experiência?

A resposta não é simples. A partida ainda está em progresso e as jogadas feitas por esses colossos corporativos moldarão o futuro digital do Brasil. Assim, vamos mergulhar nas estratégias, benefícios e potenciais desvantagens desses dois titãs do setor.

Estratégia das grandes empresas de tecnologia

Na competição para financiar a emergente infraestrutura digital do Brasil, diversas gigantes da tecnologia entraram em cena, cada uma com suas estratégias exclusivas. Empresas como o Google e o Facebook lançaram iniciativas com o objetivo de aprimorar a conectividade nas regiões mais desfavorecidas do Brasil. Esses gigantes estão aplicando uma gama de estratégias, desde o lançamento de balões com acesso a Wi-Fi até a instalação de cabos submarinos de fibra óptica.

Os benefícios potenciais do envolvimento das grandes empresas de tecnologia, as chamadas Big Techs, são muitos.

↗ Primeiramente, os enormes recursos e a expertise técnica dessas empresas podem impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura digital no Brasil. A título de exemplo, a iniciativa de conectividade do Facebook já realizou avanços notáveis no fornecimento de acesso à internet para comunidades distantes.

↗ Ademais, o alcance global dessas empresas pode propiciar colaborações internacionais, atraindo, assim, mais investimentos para o universo digital brasileiro.

É interessante notar que, enquanto essa competição se desenrola, os consumidores também buscam maneiras de tirar proveito da digitalização em suas vidas cotidianas. Um exemplo disso é a crescente popularidade dos serviços online de viagens. Muitos brasileiros estão aprendendo como comprar voos baratos na internet, usando uma VPN, por exemplo. É possível vazar dados pessoais ao comprar passagens se você as comprar em um site não oficial. Graças às VPNs, os dados pessoais e a geolocalização do usuário são criptografados, o que melhora significativamente a segurança cibernética. Esta tendência também destaca a importância da infraestrutura digital robusta e confiável, pois facilita o acesso a esses serviços online.

Por outro lado, a participação das Big Techs também é alvo de críticas. Existe a argumentação de que as estratégias dessas empresas tendem a priorizar seus interesses comerciais, em detrimento das necessidades locais. O Projeto Loon do Google, por exemplo, embora inovador, foca principalmente no fornecimento de acesso à internet em áreas lucrativas, podendo negligenciar regiões menos rentáveis, mas igualmente necessitadas. Além disso, o domínio desses gigantes da tecnologia pode inibir a concorrência local, prejudicando o crescimento de empresas de tecnologia nacionais.

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Existe também a preocupação com a privacidade e a segurança dos dados. À medida que o envolvimento das Big Techs se amplia, o risco de violações de dados e uso indevido de informações pessoais cresce, principalmente considerando seu histórico questionável nesses aspectos.

Assim, embora a entrada das Big Techs no financiamento da infraestrutura digital brasileira traga perspectivas animadoras, também acarreta possíveis desafios. À medida que essa batalha se desenvolve, torna-se evidente que ela não se resume apenas à conectividade – envolve também controle, concorrência e o delicado equilíbrio entre progresso e privacidade.

O Papel das Telecomunicações

Em meio ao foco intenso sobre a incursão das Big Techs na infraestrutura digital do Brasil, é oportuno redirecionar nossa atenção para as estratégias e contribuições do setor de telecomunicações. Como atores tradicionais neste campo, empresas de telecomunicações de destaque, como a Telefônica Brasil e a Oi SA, têm raízes profundas no cenário digital do país.

Esses gigantes das telecomunicações utilizaram seus relacionamentos duradouros com o governo e com os órgãos reguladores para impulsionar suas agendas. Em especial, têm defendido políticas mais favoráveis, como a flexibilização das restrições aos investimentos estrangeiros no setor de telecomunicações. Tal medida poderia pavimentar o caminho para novos financiamentos e parcerias, acelerando assim o desenvolvimento da infraestrutura digital.

Ademais, essas corporações têm se dedicado ao fortalecimento das suas redes e serviços disponíveis. Por exemplificar, a Telefônica Brasil tem realizado expressivos investimentos na expansão da cobertura de rede 4G e na implementação dos serviços 5G. Tais iniciativas têm como propósito diminuir a discrepância digital e assegurar que mais brasileiros possam desfrutar da internet de alta velocidade.

↗ Contudo, o posicionamento do setor de telecomunicações vem recebendo diversas críticas. Há quem argumente que estas empresas têm demonstrado lentidão para inovar e adaptar-se ao cenário digital que muda rapidamente. Ademais, existem preocupações acerca das possíveis práticas monopolistas, considerando o restrito número de grandes players no setor. Isso pode culminar em menor concorrência, preços elevados e serviços de qualidade inferior para os consumidores.

↗ Por outro lado, a dependência das empresas de telecomunicações em relação aos modelos tradicionais de desenvolvimento de infraestrutura pode restringir sua capacidade de ampliar a escala e atender à crescente demanda por serviços digitais. Esta é uma forte contraposição à abordagem das gigantes da tecnologia, que geralmente incorporam tecnologias de ponta e estratégias não convencionais para agitar os mercados tradicionais.

Conclusão

A importância de um monitoramento e uma análise contínuos não podem ser exagerados. Embora tanto a Big Tech quanto a Telecom tenham suas estratégias, potenciais benefícios e armadilhas, o verdadeiro desafio está na execução e na dinâmica em constante mudança do mundo digital. As apostas são altas e as consequências terão implicações profundas para a infraestrutura digital do Brasil e, consequentemente, para sua economia e sociedade.

No fim das contas, o vencedor deste conflito não será decidido por quem dispõe de maior capital ou da tecnologia mais avançada. O verdadeiro triunfo será de quem melhor servir ao povo brasileiro, assegurando que a infraestrutura digital não seja apenas disponível, mas também acessível e benéfica para todos. Esta não é apenas uma batalha pelo domínio; é um combate pela igualdade digital. E, nesta batalha, que a melhor estratégia prevaleça.

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