Cabelo arrepiado e formigamento: os sinais de que um raio pode te atingir
Coceira no dedo e formigamento são sinais que você deve ficar esperto, se o tempo estiver fechado, de acordo com especialistas. Se tiver tendo essas sensações, cuidado: você pode ser atingido por um raio em instantes.
O que aconteceu
No domingo (19), a turista Karlla Araújo participou da subida da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, conduzida pelo guia Leilson Barros de Souza.
Ela fazia uma filmagem com o celular da paisagem quando, de repente, um raio atingiu fatalmente o guia do passeio.
“Na hora eu senti um choque na minha mão, mas aí, ao mesmo tempo, ele (marido dela) já fala: ‘O cara morreu’. Quando entendi o que estava acontecendo, desliguei o telefone e foi desespero total”, disse Karlla Araújo, em entrevista ao ‘Fantástico’, da TV Globo.
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Marido de Karlla, Paulo Eduardo Santos disse em entrevista ao programa da TV Globo que antes do raio atingir Leilson notou sinais estranhos. “Senti meu dedo coçando e, quando a gente se aproximou do topo, ouvimos um barulho de energia”.
O que são esses sinais?
Formigamento, coceira nos dedos e cabelo arrepiado são sensações comuns de quando o campo elétrico do local está muito intenso.
“É parecido com o que acontece como gerador de Van de Graaf, que é mostrado em feiras de ciências”, explica o meteorologista Diego Rhamon, doutorando em Geofísica Espacial pelo Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais).
Por que esse fenômeno acontece?
Primeiro, é preciso entender que, para que um raio ocorra, precisam existir cargas opostas entre as nuvens e o solo. Quando isso acontece, a atração entre as cargas é tão grande que provoca a descarga elétrica.
O cabelo arrepiado é uma tentativa das cargas elétricas do corpo, que estão tentando encontrar as do raio, de se afastarem o máximo possível umas das outras. A mesma coisa pode acontecer com os outros pelos do corpo, assim como o formigamento da pele.
O Brasil é campeão mundial em incidência de raios, com 78 milhões de descargas para o solo a cada ano. Segundo levantamento feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Inpe, na última década 835 pessoas morreram por causa de raios.
O que fazer para escapar de um raio?
Não fique ao ar livre. Procure imediatamente um local fechado e espere a tempestade passar. Ir para dentro de um carro é uma boa opção, desde que os vidros estejam fechados e não exista contato com as partes metálicas do veículo. Estruturas abertas, como varandas e gazebos, podem não proteger tão bem.
Caso não encontre abrigo, se abaixe o máximo que conseguir. Quanto mais próximo do chão, menor a chance de um raio te atingir. Mas cuidado: mantenha os calcanhares no chão, mas não se deite, nem sente. Quanto menos contato com o solo, menores são as chances de levar um choque.
Mantenha distância de objetos altos, isolados e que conduzem eletricidade. Não se esconda debaixo de árvores, nem fique perto de postes, quiosques, caixas d’água. Também saia de perto de objetos metálicos grandes e expostos, como tratores, escadas e cercas de arame.
Se estiver na água, saia imediatamente. Uma vez em terra, fique a pelo menos 100 metros da costa.
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