Pesquisadores do Butantan dizem que morte de cantor pode não ter sido causada por Aranha
Esposa relata que marido morreu após ser picado no rosto por aranha, mas especialistas do Butantan sugeriram que as fotos da lesão não apresentam características típicas de araneísmo. Enteada do homem também teria sido picada e está internada. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as aranhas de importância em saúde pública são classificadas em três gêneros
Uma picada de aranha teria causado a morte do cantor de forró Darlyn Morais, de 28 anos. Segundo a família, ele morreu nesta segunda-feira (6) no Hospital Geral de Palmas (HGP), no Tocantins, após ser picado pelo animal e o rosto começar a escurecer.
A esposa dele, Jhullyenny Lisboa Silva, contou que o marido começou a passar mal na terça-feira (31). “Ele sentiu fraqueza pelo corpo e o rosto começou a escurecer no mesmo dia. Procurou hospital e foi internado neste domingo no HGP”, contou.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou o óbito e informou que a causa ainda está sob investigação. Especialistas do Instituto Butantan sugeriram que as fotos da lesão não apresentam características típicas de araneísmo, enfatizando a importância de aguardar o laudo oficial para determinar o diagnóstico com maior segurança.
No Brasil, soros antipeçonhentos são produzidos em alguns estados e distribuídos gratuitamente para vítimas de picadas venenosas pelo Ministério da Saúde em serviços de saúde.
Inicialmente o cantor foi levado para o hospital de Miranorte (TO), de onde recebeu alta na sexta-feira (3). Depois a família viajou até a capital e ele foi levado para o HGP, que é o hospital público de maior complexidade do estado.
Jhullyenny Lisboa contou que a filha dela, enteada de Darlyn, de 18 anos, também foi picada e começou a apresentar os sintomas em um dos pés. Ela foi internada e também deve ser transferida para o HGP. O estado de saúde é estável.
Araneísmo
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as aranhas de importância em saúde pública são classificadas em três gêneros: Loxosceles, Phoneutria e Latrodectus.
Loxosceles – também chamadas de aranha-marrom ou aranha-violino. Elas não costumam ser agressivas e picam geralmente quando comprimidas. Têm cerca de 1 cm de corpo e até 3 cm de comprimento total. São noturnas e constroem teias irregulares. Podem se esconder em locais com pouca luz e movimento, como telhas, tijolos e móveis. A picada quase nunca é notada e os sintomas podem aparecer de duas formas: dor leve na pele, com manchas pálidas e roxas ou possíveis bolhas e feridas com sangue acompanhadas de febre, mal-estar, fraqueza, enjoo, vômitos e dores musculares. Em casos graves, pode ocorrer destruição de glóbulos vermelhos no sangue, lesão renal aguda, anemia, icterícia e sangue na urina. Coagulação anormal no corpo é rara, mas pode ocorrer.
Phoneutria – conhecidas como aranha-armadeira ou macaca. São bastante agressivas, saltando até 40 cm em posição de defesa. Seu corpo pode atingir 4 cm, com 15 cm de envergadura. São caçadoras noturnas e podem ser encontradas em locais como troncos, palmeiras e entre folhas de bananeira. A dor imediata, geralmente intensa, é o sintoma comum. Ela pode se espalhar pela área afetada. Outros sintomas incluem inchaço, vermelhidão, sensações anormais e suor na região da picada, onde podem ser vistas duas marcas de mordida.
Latrodectus – famosas aranhas viúva-negra. Elas não são agressivas e as fêmeas podem chegar a 2 cm, enquanto os machos são menores, com 2-3 mm. São noturnas e vivem em grupos, fazendo teias irregulares em arbustos, gramíneas e cascas de coco. Dor na região da picada, suor e problemas cardíacos. Além disso, tremores, ansiedade, insônia, dor de cabeça, coceira, vermelhidão no rosto e pescoço também são sintomas comuns. Em casos graves, distúrbios comportamentais e choque. Às vezes, o rosto fica rígido com mandíbulas trancadas, em cerca de 5% dos casos.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, embora outros acidentes causados por aranhas sejam comuns, eles geralmente não representam uma ameaça significativa à saúde pública, incluindo aranhas que vivem nas proximidades de residências, como caranguejeiras e aranhas de jardim. Além disso, caranguejeiras, embora grandes e encontradas frequentemente em casas, raramente causam acidentes graves.
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