Duas escolas públicas do Brasil estão entre as melhores do mundo em prêmio internacional. Cada uma receberá US$ 50 mil
Ana Paula Bimbati
Duas escolas públicas brasileiras venceram em categorias do prêmio internacional Melhores Escolas do Mundo 2023.
A escola Joaquim Bastos Gonçalves, em Carnaubal (CE), foi selecionada pelos jurados como a melhor instituição de ensino na categoria “apoiando vidas saudáveis”. Já a escola municipal Professor Edson Pisani, em Belo Horizonte (MG), venceu como “Escola da Comunidade” — ela alcançou a maior votação pública.
Além das escolas brasileiras, instituições da África do Sul, da Colômbia, da Índia e de Israel foram premiadas — cada uma receberá US$ 50 mil. A iniciativa é da plataforma britânica T4 Education, com apoio de Fundação Lemann, Accenture, American Express e Yayasan Hasanah.
“Educadores de todo o mundo devem olhar para os exemplos brilhantes de suas escolas na diferença que vocês fizeram em tantas vidas. E os governos devem olhar para o trabalho pioneiro que vocês fizeram enquanto buscam respostas para os grandes desafios que enfrentamos hoje. Este momento tremendo para escolas brasileiras foi possível graças à liderança, à visão e à cultura que suas escolas promoveram”, relatou Vikas Potas, fundador do prêmio.
A escola do Ceará teve destaque pelo trabalho que tem feito para integrar os alunos após a pandemia da covid-19. O projeto Adote um Aluno é uma das iniciativas feitas pela instituição — que sofreu uma queda de 67% no número de alunos.
O trabalho do projeto visa acolher os alunos em questões da saúde mental. “Aqueles que receberam apoio relataram melhorias na sua autoestima e no bem-estar geral, resultando em um melhor desempenho acadêmico e em um renovado sentido de esperança”, afirma o prêmio.
Escolas dos Estados Unidos e do Reino Unido também disputavam essa mesma categoria.
Ações com a comunidade
A escola professor Edson Pisani teve reconhecimento pelo forte trabalho com a comunidade. Localizada em uma das maiores favelas do estado, a instituição desenvolve projetos pedagógicos com impacto na região.
Um deles foi uma parceria com o movimento Tarifa Zero. A escola se mobilizou com a comunidade e coletou mais de 4 mil assinaturas. “Após dois anos de luta, foi criada a linha de ônibus que liga a favela ao metrô, gerando mais acesso à saúde, à educação e ao emprego”, explica a organização do prêmio.
A escola também concorreu na categoria “colaboração comunitária” — a vencedora, entretanto, foi uma instituição da África do Sul.
“É por meio da educação de qualidade e, portanto, em nossas escolas, que temos a melhor chance de enfrentar os desafios profundos da sociedade e onde podemos encontrar esperança para um futuro mais equitativo para todos os brasileiros. E com escolas como essas, tenho toda a confiança de que podemos ter sucesso”, disse o CEO da Fundação Lemann, Deniz Mizne.
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