Além de proprietário de indústria química, Renato Cariani tem o maior canal do youtube sobre fitness e é conhecido por ser treinador dos famosos. Alguns dos seus amigos tentaram se desvincular, enquanto outros colocaram a mão no fogo por ele: "Conheço o Cariani e duvido muito que seja culpado"
Influenciadores e humoristas, amigos de Renato Cariani, que foi alvo de operação da Polícia Federal nesta terça-feira (12), se pronunciaram sobre o acontecimento nas redes sociais. Enquanto alguns o defendem, outros condenam o empresário, investigado por participação em desvio de 12 toneladas de produtos químicos para produção de 19 toneladas de cocaína e crack.
Danilo Gentili, que já foi treinado pelo influenciador, defendeu o amigo e treinador no X (ex-Twitter): “Torço para que o Cariani seja inocente, pois nesse pouco tempo que o conheci pareceu um cara bacana”. Ainda assim, o humorista preferiu fugir de polêmicas e adiantou: “Se ficar comprovado que ele é traficante, espero que ele seja condenado e punido”.
Mais cedo, Gentili também brincou com o envolvimento de Cariani nas investigações: “Confesso que essa história toda me deu algum alívio, pois hoje era dia de treino de pernas e eu não tava afim”. “Espero que a polícia não divulgue os meus áudios dando desculpa para fugir dos treinos”, comentou também.
Igor, apresentador do Flow Podcast, também disse que torce para que o amigo não seja culpado. “Eu conheço o Cariani e duvido muito que ele seja culpado. Se for, infelizmente é mais um amigo que teve a vida destruída pelo crack”.
Já André Alba, apresentador do programa Pânico, comentou sobre a falha nas punições: “Se a parada do Cariani for verdade, ele pode ficar tranquilo, que traficante ou dama do tráfico é de boas aqui no Brasil”.
ENTENDA O CASO
A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (12) mandados de busca e apreensão por suspeitas de tráfico de drogas contra o maior influenciador fitness do Brasil e sua indústria farmacêutica, a fábrica Anidrol — sediada em Diadema, na região metropolitana de São Paulo.
De acordo com a PF, o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais.
No total, foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da organização criminosa. São aproximadamente 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo, segundo a PF.
Segundo a PF, envolvidos empregavam diversas metodologias para ocultar a procedência ilícita dos valores recebidos. Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro. As penas, somadas, ultrapassam 35 anos de reclusão.
COMO COMEÇOU A INVESTIGAÇÃO
No total, foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da organização criminosa. São aproximadamente 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo, segundo a PF.
Segundo a PF, envolvidos empregavam diversas metodologias para ocultar a procedência ilícita dos valores recebidos. Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro. As penas, somadas, ultrapassam 35 anos de reclusão.
A primeira notificação ocorreu em 17 de abril de 2017, sobre supostas infrações administrativas cometidas pela AstraZeneca ao fazer movimentações não informadas, referentes a três notas fiscais emitidas pela empresa da qual o influenciador é sócio.
Já a segunda intimação foi enviada pela Receita à empresa biofarmacêutica em meados de fevereiro de 2018. O órgão questionava dois depósitos realizados em 2015 e 2016, nos valores de R$ 103,5 mil e R$ 108, 5 mil, à Anidrol.
A empresa do influenciador, ainda segundo o pedido de abertura de inquérito, teria informado à Receita Federal que havia vendido cloreto de lidocaína para a AstraZeneca. A biofarmacêutica nega.
“A AstraZeneca nunca manteve qualquer relação comercial com a empresa Anidrol, a qual não está cadastrada na relação de fornecedores da AstraZeneca, o que impede que qualquer pagamento tenha sido realizado em seu benefício”, disse biofarmacêutica.
No dia 10 de maio de 2019, a AstraZeneca teria recebido nova intimação fiscal sobre emails que a biofarmacêutica teria trocado com um representante da Anidrol. Um homem identificado como Augusto Guerra seria o colaborador da AstraZeneca.
Mais uma vez, a biofarmacêutica negou que tenha trocado os emails e que o representante tenha ligação com a empresa. A AstraZeneca ainda anexou ao pedido de inquérito um print de uma busca em um site de domínios IPs em que o endereço utilizado por Guerra aparece como de sua própria titularidade, desvinculado da empresa.
“O senhor Augusto Guerra nunca foi colaborador da AstraZeneca, o que reforça as suspeitas de que o nome e os dados da empresa AstraZeneca estão sendo utilizados indevidamente por terceiros”, disse a empresa.