Guerra injustificável

Israel realizou 50 ataques na noite de Natal em Gaza e matou mais de 100 palestinos

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Natal em Gaza teve mais de cem civis mortos e 50 ataques israelenses, diz ONU

Imagem: Reusters

Jamil Chade, em seu blog

A ONU denunciou, nesta terça-feira, o impacto de mais de 50 ataques realizados entre os dias 24 e 25 de dezembro sobre a população civil de Gaza, na Palestina.

Desde a véspera do Natal, mais de 100 palestinos foram mortos.”Estamos seriamente preocupados com o contínuo bombardeio da Faixa de Gaza Média pelas forças israelenses”, disse o Escritório do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos. No total, o número de mortes desde o dia 7 de outubro chega a quase 21 mil pessoas em Gaza.

“É particularmente preocupante que esse último bombardeio intenso tenha ocorrido depois que as forças israelenses ordenaram que os residentes do sul de Wadi Gaza se mudassem para Middle Gaza e Tal al-Sultan em Rafah”, afirmou.

De acordo com a ONU, a Força Aérea Israelense teria realizado os mais de 50 ataques “em Middle Gaza nos dias 24 e 25 de dezembro, inclusive em três campos de refugiados, Al Bureij, Al-Nuseirat e Al-Maghazi”.

“Dois ataques atingiram sete edifícios residenciais no campo de Al-Maghazi, matando cerca de 86 palestinos e ferindo muitos outros”, disse.

“Acredita-se que um número desconhecido de pessoas ainda esteja preso sob os escombros”, alertou.

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Os ataques ocorreram poucas horas depois de o papa Francisco ter usado sua missa na Catedral de São Pedro, na noite do dia 24, para declarar sua solidariedade ao povo palestino. “Esta noite, nossos corações estão em Belém, onde o Príncipe da Paz é mais uma vez rejeitado pela lógica fútil da guerra, pelo choque de armas que ainda hoje o impede de encontrar espaço no mundo”, disse o papa. Neste ano, na cidade palestina de Belém, as comemorações públicas do Natal foram canceladas e apenas uma vigília foi organizada.

No lugar de uma tradicional árvore de natal, Belém expôs uma enorme bandeira palestina, ao lado de uma faixa com um recado: “Os sinos de Belém tocam por um cessar-fogo em Gaza”.

Israel também deu sinais de que pretende ignorar a resolução do Conselho de Segurança da ONU que, na sexta-feira, foi aprovada e determinou o aumento de ajuda humanitária para Gaza. Entretanto, os ataques aumentaram desde então.

O número total de mortos em decorrência dos ataques nos campos de Al-Maghazi e Al-Bureij subiu para pelo menos 131, de acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), em meio a uma situação humanitária cada vez mais profunda e já catastrófica.

“Todas as estradas que ligam os três acampamentos foram destruídas, impedindo que a ajuda humanitária chegue aos necessitados, e os abrigos e hospitais que ainda funcionam minimamente estão criticamente superlotados e com poucos recursos”, denuncia a ONU.

A entidade ainda reiterou o alerta de que “todos os ataques devem aderir estritamente aos princípios da lei humanitária internacional, incluindo distinção, proporcionalidade e precaução no ataque”.

“As forças israelenses devem tomar todas as medidas disponíveis para proteger os civis. Os avisos e as ordens de evacuação não os isentam de toda a gama de suas responsabilidades”, alertou.

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