Saúde

Vacinas deixadas por Bolsonaro sem validade são destruídas; prejuízo passa de R$ 1 bilhão

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Desperdício foi de 39 milhões de doses e custou R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos. Especialistas culpam a gestão de Jair Bolsonaro, que demorou para comprar e distribuir as doses, enquanto o próprio ex-presidente empreendia uma cruzada contra as vacinas, se recusando a se imunizar e disseminando desinformação, como fez quando associou a vacina da Covid com a Aids

Ao invés de estimular a vacinação, Bolsonaro fez propaganda da cloroquina, medicação sem efeitos para tratar a covid

Vacinas incineradas e um prejuízo bilionário aos cofres públicos. O Brasil queimou R$ 1,4 bilhão em vacinas contra a Covid-19 desde 2021. O valor é referente a mais de 39 milhões de doses que venceram sem serem utilizadas e precisaram ser incineradas, de acordo com dados do governo. As informações são do G1 e da Folha de S.Paulo.

O desperdício é consequência da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro(PL), que demorou para comprar e distribuir as doses, enquanto o próprio Bolsonaro empreendia uma cruzada contra as vacinas, se recusando a se imunizar e disseminando desinformação, como fez quando associou a vacina da Covid com a Aids. A CPI da Covid, que investigou as condutas do governo federal ao longo da pandemia terminou com o pedido de indiciamento dele por 9 crimes.

As primeiras vacinas foram queimadas em 2021, mesmo ano em que começou a imunização no país, e aumentaram em número em 2022, durante o governo Bolsonaro.

Para especialistas, o grande número de vacinas vencidas se explica por problemas de logística, pela falta de campanha de imunização e por forte propaganda antivacina ao longo da pandemia de Covid.

A assessoria de Bolsonaro disse que o ex-presidente não tinha gerência sobre o descarte de vacinas e que havia dado “autonomia plena para os ministros”. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazzuelo, que ficou à frente da pasta até março de 2021, não se manifestou.

Seu sucessor, o ex-ministro Marcelo Queiroga, respondeu que as compras foram definidas pelas áreas técnicas da pasta e que não tinha responsabilidade sobre o descarte.

A atual gestão do Ministério da Saúde afirma que “herdou um estoque de mais de 157,9 milhões de itens de saúde a vencer até o mês de julho equivalente a R$ 1,2 bilhão” e que criou um comitê para monitoras e mitigar perdas.