Quando falamos da União latino-americana, podemos pensar que a região ainda está muito longe de conseguir realizar o que Simón Bolívar sonhou, pois, a história nos mostra que o sonho do Grande Libertador, se tornou apenas um apêndice norte-americano, para cuidar do seu quintal, isso, porque a ideia do que hoje é a OEA – Organização dos Estados Americanos, se consolida na prática de uma forma totalmente distinta do imaginário de quando ele assinou e realizou a reunião do Panamá.
Por mais que alguns políticos, principalmente os ex-presidentes da Argentina, Colômbia, Chile e até o do Brasil, a UNASUL – União de Nações Sul-americanas, tem um viés político e ideológico, que não corresponde aos interesses do continente e por isso ela ficou por praticamente cinco anos sem funcionar. O mesmo discurso, se concretizou com os novos presidentes.
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Mas isso ocorre, porque muitos presidentes acham que por essa União, ter nascido por presidentes de esquerda, durante a chamada, Onda Vermelha, da América do Sul, ela só seria uma ideia para unificar as decisões ministeriais dos países da região, para aproximar ainda mais as suas políticas, decisões e população, em um âmbito muito além do econômico. Fica a indagação, do motivo de sempre a direita achar que medidas que fortificam os regionalismos e a Pátria Grande, sempre são vistos como “comunistas”? Sendo que obviamente a direita neoliberal e liberal, poderia muito se beneficiar dessas medidas.
Reativar a UNASUL ou ser a favor dela, não é ser de direita ou de esquerda, é apoiar a união regional e a sua população, para um crescimento e uma valorização em comum de forma regional, é de algum modo, ser decolonial e mostrar que não é como na OEA, os Estados Unidos ou os europeus, que conseguem nos organizar, mas é mostrar, que conseguimos realizar esta organização por nós mesmos e isso é importante para a independência e a divisão de forças dos países sul-americanos.
*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola, Especialista em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil e formado em licenciatura em Letras Português/Espanhol.
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