Política

A nova crise do capitalismo e a criminalidade

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Quando falamos de capitalismo, estamos falando de um sistema que tem por sua origem estar sempre em crise; as crises dentro desse sistema capitalista, são fundamentais para que ele continue com os seus processos de crescimento, de uma elite que nada mais faz do que pensar no lucro do seu próprio capital.

Isso porque, as crises do capitalismo não afetam os grandes empresários, donos de grandes empresas, elas vão afetar uma classe média, a mesma classe média, que apoia esses grandes capitalistas e ao mesmo tempo a classe trabalhadora, que não exclui dentro dela, aqueles que estão de forma autônoma ou que são donos de pequenas mercearias, pequenos produtores e donos de pequenas empresas, por exemplo.

Recentemente por mais que alguns países já tenham tido historicamente questões com a criminalidade como é o caso do Brasil e entre outros países, como: México, Haiti, El Salvador, Honduras e até mesmo o Equador. Estamos num processo de endurecimento dessa lógica. O que afeta não tanto os processos de cada país em pensar nas elites, mas se afeta a realidade daqueles que sofrem com esse processo.

Ou seja, as vítimas de um processo capitalista, são e sempre serão a população, a classe trabalhadora. E claro, quando você fala de classe trabalhadora, nós nãoestamos falando apenas daqueles sindicalizados que estão sempre organizados, estamos falando daqueles, também, que têm que sair de casa, trabalham para essas grandes empresas e acham que devem apoiar os seus patrões, porque como se seus patrões pensassem na realidade deles, a realidade que estamos vivendo não apoia essa população, mas sim as elites.

 

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Por isso, o que vive o Haiti recentemente, o que vive Honduras, o que vive o Equador, não são processos novos, são processos de endurecimento pós crise de uma lógica que precisa desses processos, que necessita que isso ocorra, para o seu lucro e ao mesmo tempo utilizam-se dos processos democráticos das vitórias democráticas de certos políticos para benefício próprio.

Até porque, o aumento da criminalidade, tem a ver com a falta de visão de futuro dos jovens, que muitas vezes, saíram de universidades ou que terminaram o ensino médio e que não vem dentro do processo democrático, do processo de emprego capitalista, o futuro, mas vem dentro da criminalidade esse futuro, vem dentro das organizações criminosas, esse futuro.

Ou seja, estamos falando de um processo que faz com que os jovens, não se sintam inclusos no capitalismo e o próprio capitalismo, os inclui, mas os incluem de forma criminosa, utilizando-se do processo de produção e venda de produtos ilegais; estou falando aqui da droga de contrabando e entre outros.

E eles buscam, não um processo de criar políticas públicas para que essa população possa ver um futuro, o Estado não procura isso, o Estado nesse processo, está procurando intensificar essa violência, aumentar essa violência, utilizar-se dos seus aparatos de guerra para lutar contra esses aparatos de guerra e podemos enumerar os milhões de processos e de lucros que algumas empresas poderão se beneficiar com essas guerras, não estou falando de guerras como guerras como o que ocorre na Ucrânia ou na Palestina, que também dão um lucro extremo ao capitalista, mas estou falando de guerras internas, esas que são característica desses países latino-americanos,que é o que está ocorrendo no continente.

Assim, cabe a nós, nos preocuparmos com essa mudança de lógica e com esse processo de guerra, pois sabemos que nós trabalhadores e que também lutamos por direitos sociais, estamos no meio desse processo e devemos lutar contra ele, para que essa lógica mude dentro do continente e apareça uma nova forma de democracia e uma nova forma de capitalismo, ou até mesmo a própria destruição desse capitalismo, pois com a lógica que está, atrelada diretamente com a criminalidade, a gente vê um grande aumento da violência, o que acaba resultando em dezenas e dezenas de corpos imóveis.

 

 

 

 
*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola, Especialista em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil e formado em licenciatura em Letras Português/Espanhol. Mestrando no Programa de Integração Contemporânea Latino-americana da UNILA – Universidade Federal da Integração Latino-americana.
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