Bolsonarista que explodiu apartamento guardava 111 armas de fogo, além de granadas e milhares de munições. Pelo menos 34 pessoas precisaram de atendimento médico. Virgílio Parra Dias é coronel da reserva e recebia salário de R$ 29 mil. O coronel chegou a ser visto com PMs, mas conseguiu fugir e está desaparecido
Virgílio Parra Dias, de 69 anos, é coronel aposentado do Exército e instrutor de tiro. Seu apartamento em Campinas (SP) explodiu no último sábado com 111 armas dentro, granadas e milhares de munições.
Parra Dias não estava no local no momento da explosão, mas 34 moradores do prédio precisaram receber atendimento médico e foram encaminhadas para o Hospital Casa de Saúde e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) São José. De acordo com a Polícia, ninguém morreu.
Ao todo, 44 pessoas que estavam em andares superiores foram retiradas do prédio, parte delas por meio de cordas, em uma manobra semelhante à técnica de descida em rapel.
Segundo a perícia, o fogo começou em um cofre do coronel. Um artefato ainda não identificado explodiu e deu início ao incêndio no apartamento do primeiro andar do condomínio Fênix. O coronel chegou a ser abordado pela PM, mas conseguiu fugir e está desaparecido.
Nascido em 21 de abril de 1954, o coronel frequentou a Academia Militar das Agulhas Negras, escola de ensino superior do Exército que fica no Rio de Janeiro, entre 1977 e 1980.
Conforme dados do Portal da Transparência do Governo Federal, o coronel foi reformado (termo usado para aposentadoria da carreira militar) em 31 de dezembro de 2010.
Ao se aposentar, Parras Dias passou a receber salário do posto imediatamente superior: general de Brigada. Ainda conforme o Portal da Transparência, em dezembro de 2023, a remuneração bruta do militar aposentado foi de R$ 29.410,02.
Segundo o Exército, a prática de militares receberem vencimentos do posto imediatamente superior após se aposentarem não ocorre mais.
Parra Dias é um adorador fervoroso de Jair Bolsonaro e fã do falecido escritor Olavo de Carvalho — guru da extrema-direita brasileira. Em publicação recente nas redes, o coronel se mostra indignado com os generais que não aderiram ao golpe de estado para manter Bolsonaro no poder.