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Conheça a “família tradicional” presa por produção e tráfico de drogas na Bahia

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Médicos, advogados, cidadãos de bem: família tradicional exibia nas redes rotina "exaustiva" de trabalho, além dos luxos e bens que seriam consequência desses esforços. Fortuna, porém, era obtida através do tráfico de drogas. A investigação começou em 2019 e a Justiça determinou o bloqueio de R$ 50 milhões em bens. Seis presos são da mesma família, incluindo mãe, filha e genro

A médica Larissa e o marido Paulo

Seis pessoas da mesma família foram presas nesta semana durante a operação Kariri da Polícia Federal, que investiga uma suposta organização criminosa associada ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em Feira de Santana (BA). Rener Manoel Umbuzeiro, apontado como líder do grupo, foi morto durante a intervenção policial. Segundo relatos, ele teria resistido à abordagem das autoridades e recebeu a polícia a tiros.

Os presos são:

1. Larissa Gabriela Lima Umbuzeiro. Ela é filha de Rener. Médica, ela foi presa em São Paulo. Nas redes sociais, Larissa exibe seu dia a dia de trabalho, na área da dermatologia, embora a consulta no CFM (Conselho Federal de Medicina) mostre que ela não tem especialidade registrada. Ela também compartilha viagens e fotos ao lado do marido, que também foi alvo da operação. De acordo com a investigação, Larissa sabia que recursos utilizados para aquisição de imóveis eram fruto de atividades ilícitas e para a lavagem de dinheiro.

2. Paulo Victor Bezerra Lima. Genro de Rener, é casado com Larissa. Ele foi preso em Feira de Santana (BA). Ao jornal Folha de S.Paulo, o advogado dele disse que seu cliente é uma “pessoa de reconhecida conduta ilibada”, que confia na Justiça e que, no momento oportuno, ficará demonstrada a inocência. Nas redes sociais, Lima coleciona fotos de viagens, praticando esportes e ao lado da esposa. Em uma das postagens, ele e Larissa aparecem junto com Neymar em uma festa.

3. Niedja Maria de Lima Souza. Esposa de Rener, é mãe de Larissa e de mais dois meninos. Discreta, Niedja tem perfil fechado nas redes sociais. Segundo as investigações, assim como Larissa, Niedja tinha conhecimento de que os recursos utilizados para aquisição de imóveis eram fruto de atividades ilícitas. As autoridades apontam que ela e a filha se mobilizavam para ocultar o patrimônio e as transações financeiras da família.

Três parentes de Niedja também foram presos. Segundo a Folha, são a irmã Clênia Maria Lima Bernardes, a sobrinha Gabriela Raizila Lima de Souza e a prima Robelia Rezende de Souza. Robelia teve a prisão convertida em domiciliar após a audiência de custódia. Não há detalhes de qual seria a participação delas na suposta organização criminosa.

Entre os bens bloqueados, estão seis imóveis de alto padrão e cinco fazendas, localizados na Bahia e em Pernambuco. A investigação da PF começou em 2019 e resultou em três flagrantes, durante os quais foi apreendida mais de uma tonelada de maconha. Os investigadores conseguiram identificar o responsável pela organização e toda a cadeia de lavagem de capitais, afirma a PF.

A família morava em Pernambuco, mas se mudou para Feira de Santana e ali teria iniciado a atividade criminosa. O dinheiro obtido com o tráfico era usado para comprar imóveis de alto valor, alguns deles registrados em nome de parentes que não atuavam diretamente na quadrilha, mas ajudavam a ocultar a renda proveniente da atividade criminosa. O rastreio do dinheiro pela PF permitiu concluir que ao menos cinco fazendas pertencentes ao principal alvo da investigação estão registradas em nome de terceiros.

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