Racismo não

Polícia finalmente prende homem conhecido como “racista da cidade de Boa Esperança”

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Célio Donizete Custódio

CNN e Uol

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu o homem de 53 anos que fez ofensas racistas a uma vizinha na cidade de Boa Esperança (MG), a cerca de 275 quilômetros de Belo Horizonte. A prisão foi feita na quarta-feira (31).

Célio Donizete Custódio, já havia sido detido na sexta-feira (26), quando os fatos aconteceram, mas foi liberado no mesmo dia.

O mandado de prisão contra ele foi emitido pela Justiça no domingo (28). “Após levantamento de todos os fatos, transcrição de áudios e das gravações de vídeos, foi pleiteada a prisão preventiva do autor que se encontrava foragido, mas foi preso, na tarde de hoje”, afirmou o delegado Alexandre Boaventura, à frente do caso.

A prisão dele foi pedida após a polícia comprovar que ele praticou o crime de injúria racial. As ofensas racistas foram registradas em vídeo por uma das vítimas, uma mulher de 44 anos. No começo das filmagens, a mulher, que é cerimonialista, pede para que Célio coloque a placa do estabelecimento de volta ao lugar.

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O homem ri e joga as plantas da frente do apartamento no chão. Ao perceber que a mulher está gravando, o homem diz: “Feia, macaca. Vai mostrar para a polícia?”. Na sequência, o homem tenta agredir a vítima e não consegue devido à grade que separa os apartamentos.

Alterado, o vizinho tenta passar um vaso de planta pelo vão da grade, e o arremessa na tentativa de acertar a mulher, e volta a chamá-la de “macaca”. “O senhor está assustando a minha filha. Minha filha é só uma criança, viu?”, diz a vítima, ao fundo é possível ouvir uma criança chorando.

Assista ao vídeo

Segundo o delegado Alexandre Boaventura Diniz, responsável pelas investigações, o homem disse à polícia que os vídeos eram “recortes de uma briga maior”, na qual ele teria sido vítima de homofobia. “A Polícia Civil, então, decidiu investigar todos os fatos primeiro, para depois efetuar eventual prisão”, explicou.

O inquérito policial apontou que o homem praticou o crime por cinco vezes contra três vítimas. “Vale destacar que, durante a investigação policial, foi possível comprovar que o autor não praticou apenas um crime de injúria racial contra uma única vítima. Foi comprovado que ele praticou cinco crimes injúria racial contra três vítimas diferentes, em dois dias diferentes. Cada um desses crimes tem pena prevista de dois a cinco anos de prisão. Então, se ele for condenado por todos esses crimes, ele pode pegar uma pena mínima de 10 anos e uma pena máxima de 25 anos”, explicou o delegado.

O delegado destacou que o suspeito foi encaminhado ileso para a Polícia Penal, onde aguarda remanejamento.

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