Saúde

Cientistas da USP vão estudar idosa de 119 anos que mora no Rio de Janeiro

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Cientistas do Centro de Pesquisa do Genoma Humano e Células-tronco da Universidade de São Paulo (USP) estão empenhados em estudar uma moradora de 119 anos de Itaperuna

Dona Deolira Glicéria Pedro da Silva

Laura Braga, Metrópoles

Aos 119 anos, Dona Deolira Glicéria Pedro da Silva, moradora de Itaperuna, no noroeste do Estado do Rio será estudada por pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-tronco da Universidade de São Paulo (USP).

Eles buscam tentar conhecer melhor a idosa, além de descobrir o segredo da longevidade.

Considerada uma das mulheres mais velhas do mundo, Dona Deolira nasceu em 1905, em Porciúnculo, também no noroeste do Rio. Ela completou 119 anos no último dia 10 de março e pode entrar para o Guinness Book, livro que registra recordes.

Nele, a pessoa mais velha do mundo fez 117 anos no dia 4 de março e vive em uma casa de repouso na Catalunha, na Espanha. Mas a família de Deolira acredita que ela bate o recorde da espanhola sendo a mais idosa do planeta.

“É difícil superar minha avó, viu? Ela era muito ativa em casa. Cuidava da casa, quintal, tratava dos porcos e das galinhas. Em relação à alimentação, ela só não come abacaxi porque tem alergia. Ela dá um banho na gente! Acho que a vó chega aos 130 anos e a gente vai embora”, disse a neta Doroteia Ferreira da Silva, ao portal G1.

Ela é uma das cuidadoras de dona Deolira. Com uma família extensa, a idosa teve sete filhos, dos quais três estão vivos. São 20 netos, 40 bisnetos e 37 tataranetos.

Condições boas de saúde aos 119 anos

De acordo com o médico geriatria, doutor Juair de Abreu Pereira, que acompanha a idosa há dois anos, as condições de saúde de Deolira são muito boas. Segundo ele, a paciente é interativa e lúcida.

“Está muito bem na avaliação geriátrica ampla, porém, por conta da idade avançada, não caminha e apresenta um pouco de perda auditiva”, afirmou.

A idosa se locomove usando cadeira de rodas por conta de uma queda. Porém, o médico ainda explica que a idosa não faz uso de medicamentos para qualquer comorbidade, como hipertensão ou diabetes.

“Na minha avaliação ela está muito bem de saúde e sendo muito bem cuidada pela família. Deus abençoe, dona Deolira”, disse o profissional.

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Segundo o médico, a família não sabia como tentar fazer o registro da quebra de recorde de pessoa mais velha do mundo no Guinness Book, mas disse que as provas necessárias já estão sendo enviadas para avaliação.

Pesquisa na USP

O caso de dona Deolira chamou a atenção de um grupo de pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-tronco da USP. Em um laboratório da universidade, o sangue da idosa, que foi colhido em Itaperuna, será analisado.

As células serão estudadas e a longevidade será alvo de uma pesquisa coordenada pela doutora Mayana Zatz. O grupo conta com a doutoranda Monize Silva e o doutor e pós-doutorando Mateus Vidigal.

“O Genoma-USP tem estudado centenários brasileiros com o objetivo de analisar e entender a contribuição da genética na longevidade e qualidade de vida”, explicou o doutor Mateus Vidigal, em entrevista ao g1 e à Inter TV.

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De acordo com o pesquisador, o último Censo aponta que o Brasil conta com aproximadamente 37 mil centenários, o que representa 0,02% da nossa população, ou seja, “uma população extremamente rara”.

“Também temos estudado a longevidade excepcional, que são indivíduos com mais de 110 anos que tiveram sua idade validada por organizações internacionais. O caso de dona Deolira é uma raridade a ser estudado porque ela passa em, pelo menos, 50 anos da expectativa de vida do brasileiro, que é de cerca de 75 anos. Ela também passou por uma pandemia de Covid-19. Então, temos muito interesse em estudá-la por todas estas razões”, disse.

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