Joe Biden é o mais republicano dos democratas. As circunstâncias o levaram a ficar diante da verdade, que contraria sua própria trajetória. Biden é um fraco que, na velhice e no poder, descobre-se como reacionário.
Apoia o genocídio em Gaza e não sabe como se livrar da subserviência ao governo neonazista de Israel. E agora vê contemplativo o crescimento da repressão nas universidades contra as manifestações pró-palestinos e contra a matança.
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Biden e os americanos, incluindo o gângster Elon Musk, que é um americano nascido na África do Sul, estão diante da farsa que ajudam a sustentar, de que os Estados Unidos continuam sendo modelo de democracia.
A repressão nas universidades, com centenas de prisões (já seriam quase mil), repete o que eles condenam na Rússia, onde manifestantes contra Putin são presos há muito tempo.
Mas Putin não se vende como modelo de liberdade a toda Terra. Nem diz, como o fascistão Musk anda dizendo, que a liberdade de expressão é um bem absoluto, mas só para seus amigos fascistas.
Nenhum outro país alardeia, como fazem os americanos, que a primeira emenda da Constituição deles assegura liberdade total de pensamento e de fala, desde que os pensantes e falantes sejam brancos da turma de Musk.
Entre os parceiros que o sujeito do X defende no Brasil, por terem sido retirados das redes sociais por ordem de Alexandre de Morais, não há apenas golpistas.
Há grandes fascistas que tentam, com o poder do dinheiro, amordaçar os inimigos, principalmente os jornalistas, com ações na Justiça. Porque é preciso prolongar a impunidade e continuar escondendo seus crimes.
Recorrem aos juízes das suas paróquias, vencem sempre, tentam calar os críticos e depois pedem para Musk defender o direito da extrema direita de dispor de toda a liberdade de expressão. Liberdade de expressão só pra eles.
É o cinismo do fascismo brasileiro aliado a figuras que falam em nome de um país com democracia disfuncional, onde um americano médio não sabe dizer nem como definem quem venceu uma eleição para presidente da República.
Um país onde o próximo presidente eleito pode ser um presidiário. Trump poderá estar eleito e encarcerado como autor de uma dúzia de crimes. O que farão para resolver esse impasse? Eles darão um jeito. Como fazem nas séries da Netflix.
*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).
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