Advogado que atropelou motoboy ao confundi-lo com assaltante é condenado a 9 anos de prisão
Advogado foi vítima de assalto enquanto estava em um bar e decidiu fazer justiça com as próprias mãos. Ele tentou perseguir os criminosos em seu carro, mas acabou confundindo os personagens e atirou o veículo em alta velocidade por cima de um trabalhador. Apesar da condenação, a Justiça acatou um pedido de habeas corpus e o advogado cumprirá a pena em liberdade
O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) acatou, na última quinta-feira (16), o pedido de habeas corpus e mandou soltar o advogado Pedro Mário Fernandes. Pedro foi condenado a nove anos de prisão por tentativa de homicídio de um motoboy em Campina Grande, na Paraíba, em março de 2023. O júri popular do acusado aconteceu na terça-feira (14).
Pedro Mário Fernandes estava preso na Penitenciária Especial de Valentina, em João Pessoa, em caráter de prisão preventiva até que o processo fosse transitado em julgado, ou seja, tenha ido até a última instância e não possuir mais recurso possíveis.
O juiz João Batista Vasconcelos, que concedeu o habeas corpus ao advogado acusado, considerou que os motivos que a Justiça utilizou anteriormente para perpetrar a prisão preventiva foram genéricos e não consideraram corretamente o grau de periculosidade do homem, gravidade do crime e possibilidade de fuga.
Apesar da liberação da prisão, foram colocadas algumas medidas cautelares para o advogado cumprir.
A tentativa de homicídio
Em 3 de março de 2023, Pedro Mário estava em um bar na companhia de amigos, num estabelecimento comercial de Campina Grande localizado entre os bairros de José Pinheiro e Catolé. Em dado momento, dois homens chegaram ao local e anunciaram um assalto, roubando o próprio bar e também os clientes.
Quando os dois assaltantes fugiram numa moto, o advogado decidiu tentar segui-los em seu carro pelas ruas de Campina Grande. Mas ele acabou confundindo os personagens.
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Isso porque, quando ele chegou ao bairro de Catolé, nas proximidades do Parque da Criança, avistou um motoboy e julgou erroneamente que se tratava de um dos ladrões. O advogado então colocou o carro em velocidade por cima do motoboy, que foi atropelado com violência. O motociclista ficou ferido, mas sobreviveu.
Testemunhas informaram à época que o advogado ainda desceu do carro gritando com a vítima caída no chão, exigindo a devolução de seus pertences, mas nunca foi provada nenhuma relação do motoboy com o assalto.
com g1
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