Alexandre de Moraes pede 17 anos de prisão para bolsonarista que quebrou relógio de Dom João 6º
Bolsonarista que quebrou relógio histórico de Dom João VI no 8/1 no Planalto deve pegar 17 anos de prisão, diz Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes votou hoje (21) para condenar a 17 anos de prisão o bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira, que quebrou o relógio histórico que pertenceu a Dom João 6º durante a invasão aos prédios da Praça dos Três Poderes nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023.
Relator do caso, Moraes afirma, em seu voto, que Antônio Ferreira foi o responsável pelo vandalismo ao relógio do século 17. A decisão do ministro cita depoimentos de testemunhas que comprovam a acusação. O relógio foi um presente da Corte Francesa a Dom João 6º.
Os outros 10 ministros do STF ainda precisam votar, na sessão virtual da Corte. Para que Ferreira seja de fato condenado aos 17 anos de prisão, a maioria precisa concordar com o relatório de Moraes. Os ministros podem inocentar o réu ou divergir do relator em relação ao tempo de prisão. O voto ocorre no plenário virtual do STF, quando os ministros votam por meio do sistema eletrônico da Corte.
Segundo Moraes, Ferreira foi um dos que tentou abolir a democracia brasileira ao invadir os prédios dos três Poderes. “Restringindo o exercício dos poderes constitucionais por meio da depredação e ocupação dos edifícios-sede dos Três Poderes da República”, escreveu o ministro no voto.
Ferreira confessou, no interrogatório, que danificou um vidro para ingressar no Planalto. “Em razão da reação dos órgãos de segurança, resolveu danificar o relógio histórico e rasgar uma poltrona, os quais estavam na parte interna do prédio e, após, jogou um extintor nas câmeras”, informa o processo.
Ferreira foi preso depois de filmar a si mesmo no Palácio do Planalto. Ele também acampou em frente ao QG do Exército, onde se concentraram os bolsonaristas que defendiam intervenção militar contra a eleição de Lula (PT).