Pela primeira vez desde 2015, empregos com carteira assinada voltam a crescer no Brasil, revelam dados da Pnad Contínua. Levantamento mostra que o país alcançou o recorde de 100 milhões de trabalhadores empregados
O Brasil chegou a 100,7 milhões de pessoas de 14 anos ou mais ocupadas no mercado de trabalho, em 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um recorde absoluto da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que colhe dados desde 2012, e foi divulgado na manhã desta sexta-feira (21/6).
O Brasil tem 74,8 milhões de pessoas com 14 anos ou mais. O número, 0,9% superior ao apurado em 2022, representa que 57,6% dos habitantes nessa faixa de idade estão no mercado de trabalho. Nesse recorte, a maior estimativa da série foi alcançada em 2013 (segundo governo Dilma), quando 58,3% da população com idade para trabalhar estavam no mercado de trabalho.
Dados do próprio IBGE mostram que a taxa de desemprego recuou 1,8 ponto percentual e fechou 2023 em 7,8%, o menor nível desde 2014. Do lado das contratações, foram criados quase 1,5 milhão de postos com carteira assinada, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.
O aumento de trabalhadores na administração pública e nos serviços contribuem para recorde. Desde o início da série histórica, cresceram os volumes de profissionais ligados aos ramos de transportes (de 4,7% para 5,5%), alojamento (de 4,2% para 5,5%), informação e atividades financeiras (de 10,7% para 12,5%), outros serviços (de 4,3% para 5,4%) e administração pública (de 15,7% para 17,8%).
Por outro lado, a agropecuária lidera a redução do número de empregados. Entre 2012 e 2023, a participação do segmento de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura no mercado de trabalho caiu de 11,4% para 8,1%. Entretanto, o resultado não interfere na atividade do setor.
Carteira assinada
O percentual de empregados formais cresce pela primeira vez desde 2015. Após o número de profissionais com carteira assinada expandir entre 2013 e 2014 (de 39,2% para 40,2%), a presença celetista no mercado de trabalho perdeu força até 2022 (36,3%). O ano de 2023 reverte a tendência com a carteira assinada de 37,4% dos trabalhadores ocupados, valor referente a 37,7 milhões de pessoas, maior valor da série.
Os funcionários sem carteira assinada no setor privado representam 13,3%. Mesmo com a queda de 0,3 ponto percentual em um ano, a estimativa se mantém como uma das maiores da série. Os profissionais do setor público mantiveram sua participação em torno de 12%, equivalente a 12,2 milhões de trabalhadores.