Empresário Tiago Gomes de Souza está preso, acusado de homicídio qualificado após aplicar uma voadora no peito de um idoso. Em comunicado à Justiça, o empresário pediu para ser transferido para prisão domiciliar sob a justificativa de que "as prisões brasileiras são verdadeiras masmorras medievais, locais nos quais os presos têm sua dignidade de pessoas humanas vilipendiadas diuturnamente"
Rogerio Gentile, em seu blog
O empresário e professor Tiago Gomes de Souza, de 39 anos, denunciado por homicídio qualificado após aplicar um chute no peito do idoso César Torressi, de 77 anos, disse à Justiça possuir transtorno bipolar e depressão.
Tiago fez a declaração em um pedido de habeas corpus no qual pede para ser transferido para prisão domiciliar enquanto aguarda o julgamento.
Ele afirmou à Justiça que a prisão domiciliar é necessária para a continuidade do seu tratamento, feito com base em medicamentos fortíssimos.
Disse que, na cadeia, seus sintomas serão agravados, uma vez que as prisões brasileiras, em sua maioria, são “verdadeiras masmorras medievais, locais nos quais os presos têm sua dignidade de pessoas humanas vilipendiadas diuturnamente”.
Tiago, que declarou à Justiça ser empresário e professor universitário na modalidade EAD (educação a distância), afirmou ainda ser pai de três filhos e justificou que o habeas corpus é necessário para que possa cuidar das crianças, uma delas com síndrome de Down.
“As crianças vêm sofrendo muito com a ausência do genitor”, afirmou sua defesa à Justiça, ressaltando a situação do filho com síndrome de Down, que, “além de necessitar de cuidados especiais, possui grande apego ao pai”.
O desembargador Hugo Maranzano rejeitou o pedido de liminar. Ele afirmou que o habeas corpus é uma medida reservada para situações em que exista um flagrante constrangimento ilegal e que esse não é o caso.
“Não há notícias de que os filhos estejam desamparados, não se constatando a necessidade de imediata concessão da prisão domiciliar”, afirmou de desembargador na decisão.
Preso após agredir idoso, que morreu
Tiago foi preso após chutar, no dia 8 de junho, o peito de César Torresi, que passeava de mãos dadas com o neto de 11 anos.
De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, ao atravessar uma rua em Santos, no litoral paulista, César foi surpreendido pela aproximação do carro de Tiago, que brecou muito próximo, de modo brusco.
“Inconformado com o mero fato de a vítima haver atravessado fora da faixa e encostado a mão em seu carro, Tiago desceu rapidamente do veículo e desferiu-lhe um brutal chute contra o tórax”, declarou o promotor Fábio Fernandes na denúncia.
Uma das testemunhas do episódio declarou à Justiça que Tiago desferiu uma “voadora” no peito da vítima, que bateu a cabeça no chão. César morreu na madrugada do dia 9 de junho.
À polícia, Tiago declarou que foi tomado de “súbita raiva” após a vítima atravessar diante do seu veículo e bater a mão no capô do seu carro.
Disse que desferiu um chute no quadril, mas que se arrependeu imediatamente e tentou realizar os primeiros procedimentos de ressuscitação, mas que o idoso já estava desacordado.
Afirmou que se escondeu em um supermercado próximo devido à tentativa de linchamento por parte das pessoas que estavam no local. E que não tinha a intenção de fugir.
A defesa do motorista ressaltou que ele não é um criminoso e que o episódio “foi uma infelicidade pontualmente ocorrida”.
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