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Homem que matou idoso com voadora no peito chora durante reconstituição; agressor dirigia carro de luxo

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Idoso de 77 anos morreu após levar uma "voadora" no peito quando tentava atravessar a rua. A violência covarde aconteceu na frente do neto da vítima. Agressor ficou de joelhos e chorou durante a reconstituição do crime; postura diferente da que apresentou no dia da sua prisão, quando ameaçou policiais e sequer foi algemado. Tiago Gomes alegou que teve um "ataque de fúria", mas todas as testemunhas afirmam que o idoso não fez nada que justificasse tamanha brutalidade

Tiago Gomes de Souza

Tiago Gomes de Souza se jogou no chão e chorou durante a reconstituição do assassinato que ele mesmo cometeu na cidade de Santos (SP). Tiago matou um idoso de 77 anos com uma voadora no peito por conta de um incidente no trânsito.

Cesar Fine Torresi, de 77 anos, foi atacado após atravessar uma rua de mãos dadas com o neto, de 11 anos. De acordo com boletim de ocorrência, Tiago dirigia um Jeep Comander e freou bruscamente, momento em que o idoso apoiou as mãos sobre o capô do veículo. O motorista saiu do automóvel e o chutou no peito.

“Meu pai se assustou com o carro do agressor, que quase o atropelou. Ele colocou a mão no capô e o agressor desceu e golpeou meu pai com uma voadora”, lamentou o filho da vítima.

Na UPA, o idoso teve paradas cardíacas e morreu. Ele também teve um quadro de traumatismo craniano, informaram os parentes de César. O caso foi registrado como lesão corporal seguida de morte.

A reconstituição do crime aconteceu na quinta-feira (13). O trabalho contou com a presença de Tiago, do seu advogado de defesa, de um promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e autoridades policiais. O filho da vítima, Bruno Cesar Fine Torresi, também participou.

Durante o procedimento, três versões foram reproduzidas: do autor do crime, do neto da vítima e de uma testemunha – um médico que auxiliou nos primeiros socorros de Cesar e viu apenas parte do ocorrido.

O agressor alegou ter sofrido um ‘ataque de fúria’ diante da atitude da vítima em adverti-lo por ter avançado com o carro contra ela e o neto.

“Ele [Tiago] nem estacionou o carro. Simplesmente desceu, deixou a chave ali e foi atrás do senhor. Ele diz que houve uma discussão. O neto diz que não”, explicou a delegada Liliane Lopes Doretto, do 3° Distrito Policial da cidade.

Para Liliane, a reconstituição serviu para ilustrar os fatos e esclarecer incoerências nos depoimentos. No entanto, ela reforçou que o inquérito policial ainda não foi concluído. “Estou aguardando os laudos periciais. Acredito que ainda haverão mais testemunhas, e estou na esperança de haver alguma imagem”, acrescentou ela.

De acordo com a delegada, Tiago disse à polícia sofrer de transtornos psicológicos. “Não conseguiu se controlar e por isso assim agiu. [Disse] que na hora se arrependeu e até fez manobras de ressuscitação na vítima”, afirmou Liliane.

Dezenas de pessoas acompanharam a reconstituição do crime no local e pediram por justiça. Para a delegada, o procedimento foi “bastante tenso” por se tratar de um crime “impactante” e “revoltante”. Apesar disso, ela afirmou que o trabalho foi essencial para o inquérito.

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