Redação Pragmatismo
Religião 04/Jun/2024 às 10:18 COMENTÁRIOS
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Laudo revela detalhes da morte de Djidja Cardoso; mãe filmava filhos sob efeito de cetamina

Publicado em 04 Jun, 2024 às 10h18

Djidja usava fraldas antes de morrer, diz prima. Morte da empresária tornou pública uma seita liderada pela mãe e pelo irmão da jovem. Grupo dizia se inspirar no livro 'Cartas de Cristo', que prometia 'salvação' e 'vida digna' através da 'verdadeira natureza de Deus'. Vítimas foram mantidas dentro da casa da família, sendo estupradas várias vezes por integrantes do grupo

Djidja Cardoso
Djidja Cardoso com a mãe e irmão – (crédito: Reprodução redes sociais)

O Instituto Médico Legal (IML) divougou nesta segunda-feira (3) o laudo que aponta a causa da morte de Djidja Cardoso. Segundo o documento preliminar, a ex-sinhazinha do Boi Garantido faleceu por conta de um edema cerebral, que afetou o funcionamento do coração e da respiração.

A suspeita é de que o uso excessivo de cetamina tenha culminado na complicação, já que a família da moça tinha a droga aliada aos rituais da seita religiosa Pai, Mãe e Vida, liderada por eles.

O laudo aponta “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral de causa indeterminada”, que é uma condição caracterizada pelo inchaço no cérebro. No entanto, o IML não explicou o que poderia ter desencadeado o problema.

A Polícia Civil acredita que a morte de Djidja Cardosa ainda está relacionada a uma possível overdose de cetamina. A substância tem efeito anestésico, causando alucinações e sensação de bem-estar, quando usada de forma recreativa.

ENTENDA O CASO

O nome de Djidja Cardoso continua sendo um dos mais citados na web, depois de sua morte, na última terça-feira (28/5), em Manaus. A Polícia Civil descobriu que a mãe e o irmão da moça lideravam uma seita religiosa, onde praticavam o uso de drogas e cometiam abusos contra os participantes.

Segundo as investigações, o grupo era comandado pela mãe e pelo irmão de Djidja, que acreditavam ser Maria e Jesus Cristo, respectivamente. A ex-sinhazinha do Boi Garantido seria Maria Madalena. Para alcançar a evolução, eles usavam cetamina ou cetamina, um potente anestésico, que tem a venda proibida no Brasil.

O grupo estava sendo observado há 40 dias. Os agentes afirmam que Djidja possuía uma grande quantidade da substância no corpo, quando veio a óbito. Todos os participantes da seita foram presos.

Aqueles que eram induzidos a participar da seita tinham de tomar cetamina para “transcender a outra dimensão”. Vulneráveis, as vítimas eram obrigadas a se manter despidas e não podiam tomar banho ou se alimentar.

Várias teriam sofrido com cárcere e violência, incluindo abusos sexuais e abortos. A polícia identificou ao menos duas vítimas que teriam sido mantidas por dias dentro da casa, sendo estupradas sucessivas vezes por membros do grupo. Uma delas perdeu o bebê que esperava.

“Ao longo das investigações, tomamos conhecimento de que Ademar também foi responsável pelo aborto de uma ex-companheira sua, que era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si. A partir desse ponto, as diligências se intensificaram e identificamos uma clínica veterinária que fornecia medicamentos altamente perigosos para o grupo religioso”, alegou o delegado responsável pelo caso, Cícero Túlio.

Poliana Cardoso, prima de Djidja Cardoso, afirmou que a ex-sinhazinha do Boi Garantido usou fraldas em seus últimos dias de vida, devido ao uso exacrebado de cetamina. “Ela ficou muito dependente e não vivia mais sem. Estava usando fraldas, não conseguia mais se levantar, as pernas inchadas…”, revelou Poliana.

Até mesmo a avó de Djidja pode ter sofrido com o uso da droga. Uma investigação sobre a morte da idosa começou depois que familiares suspeitaram que Ademar Cardoso possa ter injetado cetamina depois de ela ter reclamado de dores.

O local utilizado para os rituais tinha “cheiro de carne em estágio de putrefação”, segundo descrição da Polícia Civil de Manaus. Dentro da casa, foram encontradas seringas, doses de cetamina, frascos vazios, medicamentos, computadores e documentos, todos levados para investigação.

Uma clínica no bairro Redenção, em Manaus, seria a responsável por fornecer a cetamina, mas não foram divulgados detalhes sobre identidade e prisão de responsáveis. A Polícia ainda busca saber se outras clínicas e veterinários forneceram ao grupo as substâncias de forma ilegal.

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