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PM é preso por estuprar crianças em MG; investigação diz que ele usava “discurso evangélico” para atrair vítimas

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Roberto Emídio Pereira foi preso pela Polícia Federal por estuprar pelo menos três crianças. Pais das vítimas relatam que o PM se mostrava muito religioso, falava muito em Deus e fazia parte de uma igreja evangélica. Uma das crianças foi violentada repetidamente por um período de 7 anos

Roberto Emídio Pereira

O policial militar reformado Roberto Emídio Pereira, de 52 anos, foi preso pela Polícia Federal em Uberlândia (MG). O PM é acusado de estuprar pelo menos três crianças de uma mesma família. Segundo a investigação, os crimes aconteceram em Goiás e Brasília.

Roberto é solteiro, tem um filho de 24 anos e é considerado de alta periculosidade pela PF. Ainda de acordo com os investigadores, o PM utilizava um discurso religioso para se aproximar das vítimas.

ENTENDA O CASO

Roberto e o pai das crianças se conhecem desde 1991, quando serviram o serviço militar obrigatório no Distrito Federal. Segundo o amigo, o policial reformado nasceu e viveu em Pires do Rio (GO), se mudando em seguida para Uberlândia, onde ingressou na Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).

Até a data do crime, Roberto Emídio estava na reserva remunerada da PM e fazia parte de um moto clube de agentes da segurança pública, em Águas Claras (DF). Conforme o pai das vítimas, ele também se mostrava muito religioso e fazia parte de uma igreja evangélica em Uberlândia.

De acordo com o delegado da PF, Felipe Garcia, o policial ainda se aproveitava da religiosidade para criar uma falsa reputação de bom homem e se aproximar dos familiares das crianças abusadas.

Roberto mantinha uma imagem de homem tradicional e explorava do cargo na polícia para ganhar a confiança das pessoas. Ele se aproveitava dos momentos que ficava sozinho com as vítimas para cometer os abusos. O policial reformado responde pelos crimes de estupro de vulnerável e ameaça.

DETALHES DOS CRIMES

Em fevereiro de 2023, um amigo de Roberto há mais de 30 anos, denunciou à Polícia Militar que o filho de 10 anos havia sido abusado sexualmente pelo policial durante uma viagem que fizeram juntos para Caldas Novas (GO).

Segundo a família, eles convidaram Roberto para o passeio e ficaram hospedados no mesmo apartamento. Durante a estadia em Caldas Novas, o policial reformado e o menino de 10 anos dormiram na sala, sendo a criança no sofá e Roberto em um sofá-cama.

Em depoimento, o menino relatou que dormia quando sentiu o “tio Roberto” deitar ao lado, abaixar o short e cometer o abuso. A criança contou, ainda, que após o ocorrido precisou ir ao banheiro se limpar diversas vezes devido a um líquido nas nádegas.

Após a criança contar para os pais sobre o ocorrido, a filha mais velha do casal, de 17 anos, também afirmou que era abusada pelo policial desde os 10 anos e que “não era mais virgem”. Em seguida, a outra filha do amigo, de 14 anos, disse ter sido abusada algumas vezes por Roberto.

O advogado de defesa, Deiber Magalhães Silva, informou que há um recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo a revogação do mandado de prisão.

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