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PM preso por estuprar 3 crianças diz ter medo de morrer na prisão: “Estou desesperado”

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PM ainda tentou subornar familiares das crianças para que retirassem a queixa. O policial citou Deus, falou em dinheiro e ajuda psicológica: "Deus deve estar muito envergonhado da minha ação. Peço que retirem a queixa e vamos negociar. Vocês vão precisar de apoio financeiro e psicológico". Em outro trecho, o agressor admite o erro mas diz que "tudo não passou de um momento de loucura", ignorando o fato de que uma das crianças foi violentada repetidamente por um período de 7 anos

Preso por estuprar pelo menos três crianças, o policial militar reformado Roberto Emídio Pereira trocou mensagens com familiares das vítimas antes de ser preso e disse que estava “desesperado”. Na época do registro dos diálogos, o PM já era considerado foragido pela Justiça.

O PM confessa os abusos contra o menino de 10 anos e diz que não chegou a machucá-lo. Roberto também tenta subornar o pai das crianças e pede que ele retire as queixas. “Deus deve estar muito envergonhado da minha ação. Peço que retirem a queixa e vamos negociar. Vocês vão precisar de apoio financeiro e psicológico”, diz o PM.

Roberto foi preso na quarta-feira (12) no apartamento do filho dele, em Uberlândia. O policial reformado estava foragido desde agosto de 2023. A prisão foi realizada pela PF com o apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e o Grupo de Capturas da Polícia Federal.

ENTENDA O CASO

Roberto e o pai das crianças se conhecem desde 1991, quando serviram o serviço militar obrigatório no Distrito Federal. Segundo o amigo, o policial reformado nasceu e viveu em Pires do Rio (GO), se mudando em seguida para Uberlândia, onde ingressou na Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).

Até a data do crime, Roberto Emídio estava na reserva remunerada da PM e fazia parte de um moto clube de agentes da segurança pública, em Águas Claras (DF). Conforme o pai das vítimas, ele também se mostrava muito religioso e fazia parte de uma igreja evangélica em Uberlândia.

De acordo com o delegado da PF, Felipe Garcia, o policial ainda se aproveitava da religiosidade para criar uma falsa reputação de bom homem e se aproximar dos familiares das crianças abusadas.

Roberto mantinha uma imagem de homem tradicional e explorava do cargo na polícia para ganhar a confiança das pessoas. Ele se aproveitava dos momentos que ficava sozinho com as vítimas para cometer os abusos. O policial reformado responde pelos crimes de estupro de vulnerável e ameaça.

DETALHES DOS CRIMES

Em fevereiro de 2023, um amigo de Roberto há mais de 30 anos, denunciou à Polícia Militar que o filho de 10 anos havia sido abusado sexualmente pelo policial durante uma viagem que fizeram juntos para Caldas Novas (GO).

Segundo a família, eles convidaram Roberto para o passeio e ficaram hospedados no mesmo apartamento. Durante a estadia em Caldas Novas, o policial reformado e o menino de 10 anos dormiram na sala, sendo a criança no sofá e Roberto em um sofá-cama.

Em depoimento, o menino relatou que dormia quando sentiu o “tio Roberto” deitar ao lado, abaixar o short e cometer o abuso. A criança contou, ainda, que após o ocorrido precisou ir ao banheiro se limpar diversas vezes devido a um líquido nas nádegas.

Após a criança contar para os pais sobre o ocorrido, a filha mais velha do casal, de 17 anos, também afirmou que era abusada pelo policial desde os 10 anos e que “não era mais virgem”. Em seguida, a outra filha do amigo, de 14 anos, disse ter sido abusada algumas vezes por Roberto.

O advogado de defesa, Deiber Magalhães Silva, informou que há um recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo a revogação do mandado de prisão.

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