Rodrigo Pacheco diz que o Congresso é que deve legislar sobre drogas, mesmo que fuja há décadas dessa pauta.
Por exemplo, se fôssemos depender do Congresso para saber que quantidade de maconha diferencia o usuário do traficante, deputados e senadores definiriam o seguinte.
Branco rico ou de classe média com um quilo de maconha é usuário. E pobre e negro com um cigarrinho de maconha é traficante.
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Que é como, sem critérios definidos, decidem hoje muitos policiais, promotores e juízes. Negro quase nunca é usuário.
É o que as bancadas da bala, da Bíblia, do boi e da besta desejam que permaneça.
Mas hoje o Supremo vai dizer qual é a quantidade máxima para todos. Mesmo que todos, para o sistema de Justiça, não sejam todos como se imagina que devam ser.
Esse debate da maconha é mais uma pauta para denunciar cinismo e falsos moralismos.
E Rodrigo Pacheco falando de maconha, com aquela empáfia, parece um personagem de romance do século 19 transportado para tempos de tik tok.
*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).
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