Soraya Thronicke desafiou a contadora de histórias, que encenou um feto, a também interpretar uma mulher sendo estuprada. “Eu queria até o telefone daquela senhora que esteve aqui, encenando aquilo que nós vimos. Sabe por quê? Porque eu quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a esposa de um parlamentar sendo estuprada”
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticou a encenação antiaborto realizada no parlamento brasileiro. A Congressista disse que queria o contato da contadora de histórias para pedir para ela fazer uma cena de estupro no plenário. “Quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada”, desafiou a congressista.
Na segunda-feira, durante debate no Senado sobre o procedimento de assistolia fetal, usado na interrupção da gravidez nos casos de aborto previstos em lei, a contadora de histórias Nyedja Gennari fez uma encenação antiaborto, transmitida ao vivo pela TV Senado (assista abaixo). A cena teve grande repercussão e foi alvo de críticas.
“Eu queria até o telefone, o contato, daquela senhora que esteve aqui ontem, encenando aquilo que nós vimos”, disse Thronicke. “Sabe por quê? Porque eu quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada. […] Se encenaram um homicídio aqui ontem, que encenem o estupro”, desafiou.
“Pergunto para vocês: se é a filha de um parlamentar aqui, com 10 anos, com 11 anos, com 18 anos, com 20 anos, que é estuprada, esse parlamentar, diante de um flagrante delito, é obrigado a denunciar. Ele vai fazer o quê? Vai denunciar a filha para 20 anos de cadeia?”, questionou a senadora.
“E se a mulher de um parlamentar for estuprada e engravidar? Se essa mulher engravidar, então este parlamentar vai fazer o quê? Vai levar a termo a gestação. […] Ele vai acompanhar a gravidez decorrente do estupro na esposa dele e vai dar toda a atenção. No dia em que nascer, ele vai escolher se assume essa criança ou se ele a dá para a adoção”, completou.
A senadora citou que o SUS “banca a vasectomia para quem quiser fazer”, pois “ninguém delibera sobre o corpo dos homens”.
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