Além dos empresários, gerente de banco também participava do esquema criminoso. Todos eles ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais e postavam frases como "o trabalho duro recompensa". A riqueza, porém, era fruto de desvio de dinheiro público
A Polícia Federal deflagrou uma operação para desarticular um grupo que aplicou um golpe de R$ 40 milhões na Caixa Econômica Federal com fraudes em financiamentos agropecuários.
Os agentes cumpriram 18 mandados em 13 endereços nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Acreúna e Rio Verde, todas em Goiás. Os alvos da operação são empresários do agro, advogados e funcionários da Caixa suspeitos de formarem uma quadrilha criminosa que aplicava golpes no banco público. Duas pessoa foram presas.
Nas redes sociais, integrantes do grupo ostentavam uma vida de luxo e alguns postavam até mensagens motivacionais, no sentido de dizer que os frutos são colhidos através do trabalho duro.
“No ano de 2023 foram adquiridos mais de 40 veículos em nome de integrantes desse grupo. Veículos de luxo, caminhonetes, importados, moto aquática e joias com dinheiro produto do financiamento que deveria ser aplicado em atividade rural. Um dos investigados estava ostentando viagem pela Europa”, detalhou o delegado do caso.
O grupo emitia documentos falsos para praticar o golpe milionário e subornava funcionários da Caixa. Conforme a PF, os suspeitos teriam causado um prejuízo de pelo menos R$ 40 milhões à estatal entre 2022 e 2023.
Os acusados tiveram contas bancárias bloqueadas. A Justiça também determinou o sequestro de pelo menos 48 imóveis e 44 veículos de propriedade dos membros da organização criminosa, além da constrição de criptoativos.
O caso passou a ser investigado depois que um cartório recusou o registro de uma cédula de crédito rural por indício de falsificação e comunicou a Caixa Econômica Federal. O delegado explicou que, na ocasião, a instituição financeira apurou internamente a situação, encontrando os indícios de fraude e entregou a documentação para a Polícia Federal.
Em nota, a Caixa disse ter auxiliado a PF na investigação. “A Caixa esclarece que informações sobre eventos criminosos em suas unidades são repassadas exclusivamente às autoridades policiais e ratifica que coopera integralmente com as investigações dos órgãos competentes”.
O grupo responderá por uma série de crimes. Conforme a PF, os suspeitos devem ser indiciados por golpes contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção. Se condenados, a pena para cada um dos envolvidos é superior a 42 anos de detenção. Nenhum dos nomes dos envolvidos foi divulgado.
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