Van Gogh é o mágico das luzes, um dos maiores gênios da humanidade. Donald Trump é hoje, ao lado de Benjamin Netanyahu, o facínora das trevas.
Usar o retrato de Van Gogh para uma comparação com Trump, por causa da orelha, é passar todos os limites de uma pretensa criatividade.
A extrema direita é que está rindo da crueldade dessa ‘charge’ grotesca disseminada pelas redes por gente esperta que deve se achar de esquerda.
Que a inteligência artificial delete da Internet todas as imagens que comparam um monstro a um gênio.
E o que é pior, usurpando a própria obra do gênio pra tentar rir do monstro. Daqui a pouco, estarão liberados para, em nome do humor absoluto, comparar Bolsonaro ao Aleijadinho?
(É claro que, na sua publicação original, esse texto não virá acompanhado do desenho grotesco de uma certa esquerda sem imaginação, que ajuda a explicar a ascensão do fascismo.)
*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).
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