Marina Mamede morreu aos 34 anos
Mensagens escabrosas, muitas das quais impublicáveis, inundaram as redes sociais após o anúncio da morte da ativista Marina Mamede. Alguns bolsonaristas chegaram a associar a morte da jovem ao fato de ela ter sido uma importante voz na luta pela descriminalização do aborto no Brasil. Por outro lado, milhares de pessoas lamentaram a perda e deixaram mensagens de condolências aos familiares
A ativista de esquerda Marina Mamede morreu neste sábado (6) aos 34 anos de idade. A jovem tinha milhares de seguidores nas redes e ficou conhecida pelos vídeos de política que postava. A causa da morte não foi divulgada, mas amigos informaram que ela lutava contra a depressão.
A notícia do falecimento de Marina entrou para os assuntos mais comentados do X (ex-Twitter). “Moça linda, inteligente, que eu não conhecia. Acompanhei sua luta pela democracia durante as eleições, e algumas vezes em suas postagens ficava explícita a dor da perseguição que sofria. Que tristeza uma ida tão precoce! Muita luz e todas as boas energias recebendo Marina Mamede”, escreveu um usuário.
“A verdade é que sua luz foi apagada por forças cruéis. O machismo, o ciúme, a soberba, a sede de poder e a falta de caráter tiraram de nós uma alma especial. Seus filhos perderam, de forma tão injusta, uma mãe amável, sonhadora e honesta. O mundo, e especialmente Ouro Preto, ainda não estavam prontos para acolher toda a sua grandeza. Sua beleza, seu sorriso que irradiava alegria e sua alma brilhante despertavam inveja e ira em quem não possuía essa luz. Desejamos que você encontre a paz que te foi negada em vida, simplesmente por ser você mesma. Aqui, você trouxe felicidade a muitos apenas por compartilhar pequenas partes de sua vida. Essas partes inspiraram tantas mulheres a se sentirem poderosas, bonitas e a se amarem verdadeiramente. Sentiremos muito sua falta. Até um dia”, escreveu uma amiga.
“Uma de nós se foi, para mim, o dia e de luto, sem espaço para mais nada. Não era próxima, mas acompanhava sua trajetória. Ela era militante, combativa, lutadora. Marina Mamede era mulher, era mãe, era ativista. Não consigo assimilar, é pesado demais, só peço que façamos dos nossos espaços, hoje, um lugar de homenagens e carinho por ela. Poderia ser qualquer uma de nós, qualquer um de nós. Que sua partida seja em paz, que ela encontre alento do outro lado”, comentou outro.
“Recebi com muita tristeza a notícia da partida da Marina Mamede, que foi covardemente perseguida por suas posições políticas. Que Deus a receba em sua infinita misericórdia e conforte o coração da família”, escreveu o deputado federal André Janones (Avante-MG).
“Sua contribuição em 2022, na batalha pela democracia, jamais será esquecida e diante da finitude da vida, te tornará eterna em nossas lembranças. Descanse em paz”, finalizou o político.
Extrema direita
Infelizmente, dezenas de perfis associados ao bolsonarismo publicaram mensagens de deboche e celebração. “No final das contas, a Marina Mamede se abortou. Mulheres, observem que isso de promover aborto cobra um preço caro. Essa fatalidade com essa moça é cada vez mais comum entre pessoas degeneradas”, escreveu André Luis.
Outros falam em vilipêndio de cadáver. “Festa no IML. O corpo da ruivinha branca vai fazer a festa do pessoal lá”, publicou um. “Queria eu ser o sortudo no IML”, escreveu mais um. “Vacina não salvou a vida dela”, disse outro.
A última postagem de Marina: